Uma sócia de um clube tradicional de Curitiba está sendo investigada após praticar atos suspeitos dentro da academia de ginástica da instituição. De acordo com denúncias de frequentadores do local, a suspeita abria os armários dos outros sócios e registrava imagens dos documentos e cartões para realizar compras. O prejuízo para algumas vítimas chegou a R$ 10 mil.
Segundo relatos de sócios do Clube Curitibano, a mulher foi flagrada por câmeras de segurança mexendo em pertences de outros associados. A ação acontecia no momento em que as vítimas chegavam para treinar na academia. Quando a suspeita percebia que os colegas iam para o outro piso para utilizar aparelhos de exercícios aeróbicos, ela aproveitava para pegar os documentos.
“Está bem nítido, tudo que eu falei condiz com o que eles (investigação) viram nas imagens. Ele falou que tem anotado a hora, minutos e segundos que ela (suspeita) foi no meu armário, pegou na minha bolsa, tirou do armário e depois devolveu. Aí ele falou que o meu armário não foi o único. Então ela mexeu em outras bolsas neste dia. Então se neste dia ela fez isso tudo, imagina ao longo de sei lá quanto tempo, o estrago que ela já não fez por aí”,
relatou a vítima.
Ainda segundo informações, a suspeita utilizava um pano nas mãos, possivelmente, como forma de evitar provas. Após registrar imagens dos cartões de crédito e também de documentos das vítimas, a mulher devolvia os pertences no armário. Houve registro de compras de R$ 5 mil e até R$ 10 mil.
Sócia descobre golpe
A informação de que uma sócia estaria praticando atos dentro da academia do clube logo se espalhou por grupos de mensagens de frequentadores do local. Segundo alguns relatos, a mulher pratica a ação há mais de um ano. Entretanto, nos últimos dias, uma compra realizada pela suspeita revelou o esquema.
A mulher realizou uma compra em uma loja de moda feminina, em um famoso shopping da capital paranaense. Porém, o cartão utilizado para a aquisição do produto era de uma amiga da proprietária do estabelecimento, que logo acionou a verdadeira dona do cartão.
“Eu estou feliz que ela tenha caído bem na minha bolsa, na loja de uma amiga minha, porque só assim ela poderia ser desmascarada. Agora o clube vai tomar as providências. A suspensão preventiva é certa, de 60 ou 90 dias […] Depois de julgado internamente pelo clube, ele falou que é quase certeza a expulsão. Olha, tomara, porque a expulsão ainda é pouco”,
completou a vítima.
A vítima então iniciou uma investigação e descobriu que os dados haviam sido furtados enquanto ela treinava na academia do clube. A vítima informou que registrou Boletim de Ocorrência (B.O.).
Suspeita investigada
Após a denúncia, a unidade informou que está investigando os envolvidos e será feita uma avaliação criteriosa em sigilo. Segundo informações, a mulher suspeita é uma advogada criminalista, que atua em Curitiba. A suspeita ainda é professora universitária e conta com três pós-graduações no currículo.
Com a repercussão do caso, o escritório onde a mulher era sócia informou o fim do vínculo, preventivamente.
O escritório Saldanha Bertholdi Advocacia e Consultoria Jurídica, vem, por meio da presente nota, informar a dissolução do vínculo societário. Em nossa quase uma década de atuação, sendo cinco anos à frente de escritório próprio, lutamos pela presunção de inocência, constitucionalidade e ética na condução de processos penais, eleitorais e administrativos. A fim de seguir esse histórico, há de ser intransigente com a ética e proteger o interesse de nossos funcionários, clientes e parceiros. Assim, optamos por agir preventivamente e seguir com o escritório em nova formação: todos os processos permanecerão sob cuidados exclusivos da Dra. Juliana Bertholdi e sua equipe.
Esclarecemos ainda que aguardamos a apuração detida dos fatos, seguros de que, neste momento, é preciso respeito e cautela. A partir desta data, somente nos manifestaremos com o suporte de nossa assessoria de imprensa,diz a nota.
O Clube Curitibano também se posicionou por meio de nota. A instituição revelou que o caso está sendo investigado internamente.
Estamos apurando todas as informações e os envolvidos no ocorrido estão sendo identificados para que as medidas cabíveis sejam tomadas. Será feita uma avaliação criteriosa em sigilo, para a aplicação de medidas disciplinares pertinentes ao fato, previstas no estatuto social do Clube Curitibano.