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Bebê do DF com cardiopatia grave recebe doação de coração: “Sucesso”

Após quase dois meses internada na unidade de terapia intensiva (UTI) do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal, a pequena Clara Leal Ramalho Catunda (foto em destaque), de apenas 4 meses, venceu uma nova batalha contra a cardiopatia grave que possui. Nessa sexta-feira (22/7), a menina recebeu o tão esperado transplante de coração, em uma cirurgia de sucesso.

Clara foi diagnosticada com um problema no coração que acabou se agravando e evoluiu para necessidade de transplante. Enquanto aguardava por um doador, a menina era medicada com remédios que mantinham o funcionamento do órgão e, também, necessitava de ventilação mecânica.

Na madrugada dessa sexta, a equipe do ICTDF foi comunicada de que havia um doador compatível com a menina, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

“A captação do órgão ocorreu pela manhã e o transplante, à tarde. A doação veio de uma criança de 2 anos de idade. Por ser um coração maior, tivemos que usar algumas técnicas para compatibilizar o tamanho, mas a cirurgia foi um sucesso”, conta o cardiologista responsável pela cirurgia, Fernando Atik.

O pai da garota, Thiago Ramalho Catunda, 33 anos, comemora o fim da espera. “Não foi fácil a caminhada até aqui. Sempre soubemos que o caso dela era grave. Somos gratos por todos que se mobilizaram divulgando para que o caso tivesse repercussão e ao mesmo tempo nos dando todo o apoio”, comenta.

Ele diz ainda esperar que o caso sirva de exemplo para evitar que as pessoas fiquem tanto tempo na fila por um transplante. “Centros como o ICTDF precisam de mais investimentos e a sociedade precisa compreender a importância de se tornar doador. Muito mais vidas podem ser salvas com esse gesto”, diz.

Entenda o caso

 

No início de maio, Clara foi diagnosticada com uma bronquiolite, mas fazia o tratamento em casa. Porém, a menina teve uma piora no quadro e precisou ser internada na UTI do Hospital Regional de Taguatinga (HRT).

Por causa do inchaço no coração e a deterioração do órgão, a cardiologista responsável pela paciente solicitou a realização de uma ressonância com contraste e sedação total, que constatou a cardiopatia grave.

A menininha também tinha encaminhamento médico para ser transferida em definitivo para o ICTDF, pois precisava de acompanhamento cardiológico especializado.

A 5ª Vara da Fazenda Pública e Saúde Pública do DF determinou que Clara fosse transferida para o instituto, uma vez que a “gravidade do estado de saúde foi reconhecida em vários outros laudos, relatórios médicos e exames que acompanham a exordial, donde se extrai, no mínimo, a presunção da necessidade de realização de acompanhamento especializado que não era fornecido no HRT”.

“Não tem mais o que possa ser feito clinicamente”, revelou o pai, à época. Segundo ele, o laudo do último exame apontou que parte do coração da pequena não funcionava mais. “Quando o laudo saiu, deu que o lado esquerdo do coração dela está perdido”. O drama pode ser acompanhado pelo Instagram criado pela família para atualizações diárias.

De acordo com o médico responsável pela cirurgia, a perspectiva de recuperação de Clara é muito boa. “Agora, é preciso recuperar todos os outros órgãos que estavam afetados pela cardiopatia. Foram poucos casos em que foram implantados em crianças tão pequenas. Não por falta de necessidade, mas por oferta de doador”, ressalta Atik.

 

 

Por; Metrópoles

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