Invasores que atuam em uma área de desmatamento ilegal no distrito de Guariba, em Colniza, no noroeste de Mato Grosso, fizeram um protesto nesta quinta-feira (2). A manifestação foi feita após o início de uma fiscalização do estado na Reserva Extrativista Guariba Roosevelt e a inutilização dos maquinários usados pelos grileiros na região.
De acordo com os manifestantes, a operação teria destruído o maquinário deles.
A Guariba-Roosevelt é a única reserva extrativista de Mato Grosso e é utilizada para a retirada sustentável de castanha, seringa e óleo de copaíba. Não é permitido o desmate dentro da unidade de conservação, que faz parte da Amazônia Legal.
Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), a reserva fica entre os municípios de Colniza e Aripuanã, que tiveram 19.641 hectares desmatados ilegalmente só nos primeiros quatro meses deste ano.
Operação Cedif
A fiscalização da qual os manifestantes reclamam foi feita na região na quarta-feira (1°) e faz parte da Operação Cedif de combate ao desmatamento ilegal e aos incêndios florestais, da Sema e forças de segurança do estado.
Foram identificadas pessoas acampadas no interior da unidade, trabalhando com extração ilegal de madeira. Com a abordagem, vários suspeitos correram para o interior da mata, e apenas duas pessoas foram detidas.
Em seguida, houve o flagrante de uma escavadeira abrindo uma estrada dentro da área da reserva sem autorização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) para tal atividade, configurando então, danos à unidade de conservação.
A estrada que estava sendo construída atravessava a reserva, e ligaria a outra unidade de conservação, a Guariba, localizada no Amazonas.
“A máquina foi apreendida e inutilizada, já que não havia meio de transportá-la. A ação está de acordo com os incisos IV e V do artigo 3° da decreto Federal 6514/08. A detenção de quem é flagrado cometendo desmate ilegal é feita com base no artigo 40 da lei 9605/98, pelo crime de causar danos direto ou indireto à unidade de conservação”, informou a Sema por meio de nota.
A Operação continua na região da Reserva Extrativista Guariba Roosevelt, que fica entre os municípios de Aripuanã e Colniza (MT) durante todo o mês de junho.
Desmatamento na reversa
No mês passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Mato Grosso realizou uma fiscalização na região e embargou 2,4 mil hectares.
O superintendente Gibson Almeida Costa Júnior informou que no local foram encontradas diversas evidências de grilagem de terra e exploração ilegal de madeira.
“Parte dessas pessoas são grileiros, tem informações que eles até oferecem para vender parcelas dessas áreas, que há essa promessa de regularização… Isso não existe. Isso é um crime, é um estelionato, quadrilhas mesmo de criminosos fazem na região e muitas das vezes ilude, iludem a sociedade local que às vezes adquirem, sem buscar informações”, explicou.