Identificados após espancar um aluno de 15 anos, na frente do Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab), em Taguatinga Sul, integrantes do grupo agressor costumam ostentar armas – ou réplicas fidedignas de pistolas – além de gravarem vídeos fumando maconha e exibindo porções da droga.
As imagens são postadas com frequência nas redes sociais dos adolescentes. A publicação dos vídeos preocupa familiares e amigos próximos às duas vítimas que foram agredidas na última sexta-feira (27/8), em frente a instituição de ensino.
No dia da agressão, um grupo de pelo menos 10 adolescentes agrediu a vítima, considerada por eles um “playboyzinho” que se acha “bom no futebol”. O motivo banal que motivou a surra foi revelado pelos próprios agressores.
O caso
O rapaz e dois amigos, alvos das agressões registrada em vídeo por outros alunos, já haviam sido ameaçados pelo grupo, apelidado no Cemab de “bonde”. Segundo a mãe do adolescente espancado, de 40 anos, o filho contou que os agressores passaram a encará-lo.
De acordo com a mãe, um dos estudantes se aproximou do adolescente e o ameaçou. “E aí, desgraçado?! Está me encarando por quê? Vamos pro X-1 e resolver na saída”, teria provocado. “X-1” é a gíria usada por estudantes para uma briga no estilo “mano a mano”. Naquele dia, o “bonde” foi liberado às 16h30 e o adolescente apenas por volta de 18h. “Meu filho achou que todos já teriam ido embora e saiu. Mas estavam de tocaia esperando por ele”, contou.
Troca de socos
Quando passou pelo portão da escola, acreditando estar seguro, o aluno foi cercado pelo bonde, que começou as agressões. “Meu filho contou que teve tempo apenas de proteger a cabeça, mas o ataque foi covarde e brutal. Outro amigo dele que tentou defendê-lo também acabou agredido”, desabafou a mãe.
O espancamento cessou apenas quando uma funcionária da escola ouviu a gritaria e chamou o vice-diretor da instituição. As vítimas acabaram sendo levadas para dentro da escola enquanto o “bonde” formado por alunos que moram em Vicente Pires, fugiu do local. “Eu acredito que, naquele dia, todos já foram para a escola com o objetivo de bater no meu filho, por isso vários estavam usando capuzes, para dificultar a identificação pelas câmeras de seguranças instaladas nas proximidades”, explicou.
Ela afirmou, ainda, que o filho chegou em casa com escoriações no rosto, no pulso e na boca. “As autoridades precisam apurar as brigas que ocorrem de forma rotineira na frente de algumas escolas em Taguatinga. Por sorte, meu filho não sofreu nada mais grave”, ressaltou. A família do menor espancado pretende registrar ocorrência na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) nesta segunda-feira (29/8).
Por; Metrópoles