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Mãe afirma que filho autista de 11 anos levou facada de colega de escola em SP

A empresária Pamela Nicolai Goldschmidt, de 33 anos, afirmou que seu filho autista de 11 anos levou uma facada de um colega dentro da escola Poliedro, do bairro de Perdizes, na Zona Oeste da capital paulista, na tarde de quarta-feira (8).

Goldschmidt afirmou ao g1 que soube do ocorrido através de uma mensagem de celular que o filho enviou ao padrasto, companheiro dela. No texto, o menino disse que um colega “enfiou a faca” nele. A mãe afirma que a escola não deu assistência ao menino e ainda brigou com ele, apesar dos laudos que comprovam que a criança pode ser vítima de bullying na escola.

O caso foi registrado na Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência. O menino passou por exame no Instituto Médico legal (IML) na quarta-feira (8).

De acordo com o Colégio Poliedro, a discussão resultou em uma tentativa de agressão com talher, mas que prontamente foi impedida pelos monitores e inspetores da escola. A unidade afirmou que nenhum dos alunos ficou ferido nem precisou de atendimento médico.

“A sorte é que ele estava com um agasalho muito grosso. Pensei que não tivesse pegado, mas ficou uma marca tanto nele quanto no agasalho. Ficou uma marca, e a escola não fez nada, ainda queria explicar que eles eram amigos. Meu filho não vai considerar amigo uma pessoa que pratica violência contra ele. [A escola] apenas deu suspensão de cinco dias e não me deu aparato para nada. E realmente brigaram com meu filho porque ele se defendeu”, afirma a mãe.

 

De acordo com Goldschmidt, tudo aconteceu quando a turma estava no horário de almoço, e o filho e o aluno agressor divergiram de opinião a respeito de um vídeo a que assistiam.

“Meu filho saiu de perto, foi sentar em outra mesa, aí ele [o aluno agressor] foi atrás dele, sentou na mesma mesa e ninguém separou. Aí meu filho foi ver algo no celular dele e foi nessa hora que ele levantou e colocou a faca.”

 

De acordo com Goldschmidt, a escola tem os laudos da criança que atestam que ele tem diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista e não foi a primeira vez que ela reportou à escola agressões ao filho por parte desse mesmo colega.

“Ele precisava de um auxiliar em sala tanto para aprendizagem quanto para proteção porque ele poderia sofrer agressões e bullying. Eu já vinha reportando algumas agressões desse colega que meteu a faca nele, e a escola não tomou nenhuma providência. Na quarta-feira à tarde, eu recebi uma mensagem do celular do meu filho e ele contando que tinha levado uma facada e que estava na coordenação e que inclusive a coordenação tinha brigado com ele. A escola não me avisou, fui correndo para lá e, quando chego, estão os dois no mesmo ambiente. Óbvio que tirei meu filho de lá.”

Na quarta-feira (8), Goldschmidt chegou a fazer uma publicação em uma rede social em que desabafa sobre o ocorrido.

” Meu filho que é autista e há pouco tempo um menino escola da sala dele tentou enfiar a faca. A escola Poliedro sempre se negou a qualquer tipo… estou tremendo… a qualquer tipo de proteção para o B.. Então se você conhece algum advogado que proteja direito dos autistas e puder reportar isso, eu agradeço. Eu faço tudo dia e noite por esse meu filho, ele não precisa passar por isso que ele está passando. Preciso que o Poliedro se responsabilize porque não proteger uma criança de 11 anos com quatro laudos de autismo a receber uma facada dentro da escola… É isso.”

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que o caso foi registrado como “Outros não criminal” na Delegacia da Pessoa com Deficiência. A equipe da unidade ouviu a genitora da vítima e aguarda o depoimento da diretora da escola. A mãe do autor também será intimada para prestar esclarecimento. Após a conclusão das oitivas, o caso será encaminhado para a Vara da Infância e Juventude e ao Conselho Tutelar para providências cabíveis.

O que diz o Colégio Poliedro

O Poliedro Colégio informa que nesta quarta-feira, dia 8, ocorreu um desentendimento entre dois estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental, na unidade Perdizes, no refeitório, durante o horário de almoço.

A discussão resultou em uma tentativa de agressão, com um talher, que prontamente foi impedida pelos monitores e inspetores do Colégio. Nenhum dos alunos ficou ferido nem precisou de atendimento médico.

O Poliedro informa que irá aplicar as medidas disciplinares previstas no Regimento Interno e de acordo com as indicações do Conselho de Educação do Estado de São Paulo.

O Poliedro esclarece ainda que já está acolhendo tanto os estudantes quanto as famílias dos envolvidos e que empreenderá ações junto à comunidade escolar, com apoio de psicólogos do corpo da instituição, para tratar da agressão e estimular o diálogo como caminho para a mediação de conflitos.

Por; G1

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