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MP investiga médico coordenador do Samu por assédio e morte de paciente

O Ministério Público Estadual investiga denúncias contra o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), H.L.F., de Rondonópolis/MT (212 km ao Sul de Cuiabá). O médico foi acusado por suspeita de despreparo para a função, morte de criança, assédio sexual, não cumprimento de carga horária e fraude em plantões.

O Inquérito Civil foi instaurado há poucos dias e testemunhas estão sendo ouvidos pela promotora Joana Maria Bortoni Ninis, da 1ª Promotoria de Justiça Cível.

Segundo informações obtidas pelo GD, apesar de ter que cumprir carga horária de 8h na sede do Samu, o coordenador dificilmente é encontrado no local. Ele atua em uma clínica da cidade e é especializado em tratamentos para emagrecimento. No local, ele estaria aplicando hormônios ilegais nas pacientes.

A denúncia obtida pela reportagem ainda cita que o homem assedia moral e sexualmente as funcionárias do Samu. Não é detalhado a maneira que ocorre a abordagem do médico. Segundo o documento, ele também recusa atendimentos.

“Narrou que a mulher tinha traqueostomia e tinha formado uma rolha. mas mesmo assim H. negou o encaminhamento da viatura, negou atendimento. Esses fatos ocorreram no dia 18 de fevereiro de 2022, são recentes, o SAMU deveria ter ido para fazer a higienização da traqueo, foi solicitado às 11 horas, mas o coordenador mandou a médica reguladora negar o atendimento”, diz trecho da denúncia.

Em uma oportunidade em que estava de plantão, foi solicitado para prestar socorro a uma criança engasgada com chiclete. A conduta do profissional foi equivocada e resultou na morte da vítima.

“Outra situação é que H. se vale do cargo que ocupa para obter vantagens para si. Ele não tem RQE, conforme exigência legal e mesmo assim, anda fazendo atendimentos na viaturas, substituindo médicos capacitados e recebendo pelos plantonistas o valor de R$ 1200,00 se for a vista, se for com pagamento posterior cobra R$ 1500,00 pelo plantão que ele nem pode fazer, é ilegal, ele não tem qualificação técnica para isso”, diz outro trecho do documento.

O profissional começou sua carreira no Corpo de Bombeiros e se formou em Medicina na Bolívia, contudo sua especialização não o permite atuar como médico socorrista. Em Consulta ao Conselho Federal de Medicina (CFM) consta que o registro do médico está regular, mas não consta especialidade. A primeira inscrição foi feita em 3 de dezembro de 2021.

Apesar de ter registro no conselho médico somente no ano passado, o profissional é responsável pelo Samu da cidade deste 2017.

Por fim, o denunciante requer que o MPE apure a conduta do médico, que está no cargo por indicação política, como alega.
Segundo O MP, a apuração foi instaurada após a queixa crime e informações estão sendo buscadas, assim como testemunha ouvidas. O caso tramita sob sigilo.

Outro lado

 

A reportagem tentou contato com o médico junto ao Samu, mas ele não estava. A clínica onde atente foi procurada, mas a atendente disse que ele não trabalha lá. O médico não retornou para se manifestar.

 

 

Por; Gazeta Digital

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