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Novo Enem terá questões discursivas e 2ª etapa focada na área de conhecimento escolhida pelo aluno

O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou nesta segunda-feira (14) um parecer que define mudanças no modelo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de 2024. As alterações sugeridas visam adequar o exame ao Novo Ensino Médio que vai estar totalmente implantado em três anos.

Em dezembro passado, o CNE aprovou em comissão um parecer inicial sobre a nova versão da prova.

O novo documento detalha que a avaliação vai passar a ter questões discursivas e de múltipla escolha, distribuídas da seguinte forma:

-1ª etapa: redação + perguntas de formação geral (sem divisão por disciplina, cobrando habilidades mais interpretativas do que conteudistas);

-2ª etapa: perguntas focadas na área de conhecimento escolhida pelo estudante (ciências humanas, ciências da natureza, linguagens ou matemática), também sem enfoque conteudista, segundo habilidades e competências desenvolvidas.

 

“É uma grande mudança, principalmente a segunda etapa, porque cada aluno vai poder escolher uma área que corresponda ou esteja mais próxima ao curso que ele quer ingressar” explicou ao g1 a presidente do CNE, Maria Helena Guimarães de Castro.

 

Segundo ela, quem vai ficar responsável por indicar quais cursos são abrangidos por cada área será a instituição de ensino superior.

A mudança acontece porque, com a reforma do ensino médio que passou a vigorar em 2022, escolas públicas e particulares terão de reservar parte da carga horária (em média, 40% dela) para aulas de aprofundamento em áreas de conhecimento escolhidas pelos alunos.

Um estudante pode optar, por exemplo, por focar seus estudos em matemática e suas tecnologias.

O objetivo é que o novo Enem esteja adaptado a esse modelo de ensino mais “livre”, guiado pelos projetos de vida de cada jovem.

Ainda não há a definição de quantos itens vão compor cada etapa. Caberá ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) construir as matrizes de referência da prova, que vai permitir a elaboração das questões.

Abaixo, entenda quais mudanças estão em discussão:

1- Para começar, o que muda com a reforma do ensino médio?

 

-Sabe aquele modelo tradicional de aprender só sobre matemática na aula de matemática, só sobre português na aula de português? Não será mais assim: as disciplinas precisarão “se conversar”, em vez de ficarem separadas em “gavetinhas” distintas.

-O tempo de permanência na escola aumentará de 4 para 5 horas diárias. O objetivo é que a carga horária cresça progressivamente para haver mais colégios em tempo integral (com 7 horas diárias).

-Cada estudante poderá montar seu próprio ensino médio, escolhendo as áreas nas quais se aprofundará. A intenção é que sejam três anos de estudo com: conhecimentos básicos de cada disciplina + conteúdos focados nos objetivos pessoais e profissionais dos alunos.

-Foi criado o chamado “projeto de vida”: um componente transversal que será oferecido nas escolas para ajudar os jovens a entender suas aspirações.

-Atenção: nenhuma disciplina vai sumir do currículo. Pelo contrário: todas elas deverão ser oferecidas seguindo as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – um documento que estabelece as habilidades e matérias que precisam ser ensinadas a todos.

 

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