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Placa de fazenda de gerente que humilhou caminhoneiro é cravejada de balas

Gerente da fazenda Bianco, Fernando Rosbach, que flagrou um caminhoneiro “catando” espigas de milho da plantação, que pertence à propriedade, à margem da rodovia GO-346, em Cabeceiras (339 km de Goiânia), humilhou o profissional, gravou e publicou nas redes sociais, tem recebido ameaças de morte e a fazenda alvo de ataques a tiros.

O fato de Fernando humilhar o motorista, que estava com algumas espigas de milho na mão, chamar de ladrão e ainda ofender toda população goiana gerou grande revolta social contra ele tanto na internet, quanto no mundo real.

“Motorista ladrão roubando meu milho. Parabéns, cara. O senhor acaba de ser notificado como ladrão. Vou passar para a polícia, mostrar como faz essa goianada roubando milho, não tem vergonha na cara, não tem caráter. […] Que isso sirva de exemplo para todo mundo. Aqui no Goiás tem essa mania de roubar as coisas dos outros, então vou educar o pessoal. Nunca mais faça isso, que sirva de exemplo”, disse o gerente.

Vídeo que circula nas redes sociais há alguns dias mostra um homem, ainda não identificado, que estaciona o carro em frente à plantação da Bianco, faz ameaças e atira contra a plantação.

“Opa! Bom seu Fernando? Óh onde eu tô, aqui na beira do seu milho, na beira da sua fazenda, que não é sua né seu m#%@! Vou pegar três sacos de milho aqui agora, vem me chamar de ladrão aqui!”, ameaçou o homem revoltado.

Proprietário da fazenda, Arno Bruno Weiss, que tem recebido ameaças por tabela, repudiou a atitude de seu gerente e classificou como “injustificável”. Devido à repercussão do caso, até mesmo o prefeito de Cabeceiras, Everton Matos (PDT), se revoltou com a fala do gerente da fazenda que generalizou os goianos como sem caráter e pediu que o funcionário da fazenda pedisse desculpas.

Delegado Tiago Cézar, responsável pelas investigações, relatou que Fernando foi ouvido na delegacia nessa quinta-feira (12), o motorista será ouvido nos próximos dias. Ressaltou ainda que esse caso, além de toda repercussão, deixou de ser uma simples repreensão do gerente da fazenda contra alguém que estava catando milho à beira da lavoura e passou a ser enquadrado em “crime de racismo” cometido contra a população goiana.

“É um caso de tanta complexidade estamos até com um certo receio de prestar maiores informações e prejudicar, em muito, as investigações. Mas, o que podemos falar de uma maneira inicial é que na manhã de hoje nós estivemos junto com a perícia criminal no local, fizemos um levantamento da área porque nessa última madrugada houve alguns disparos de arma de fogo na entrada da fazenda Bianco. O que inicialmente era uma mera repreensão do gerente da fazenda contra um rapaz que estava se apropriando de algumas espigas de milho desencadeou possível delito de racismo cometido pelo gerente da fazenda em desfavor de toda a população do estado de Goiás, de todos os goianos, então nós estamos apurando”, explicou o delegado.

 

Por; G5 News

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