A Câmara de Cuiabá aprovou, na sessão extraordinária desta quarta-feira (5), a cassação do mantato do vereador Marcos Paccola (Republicanos). Ele é investigado por quebra de decoro parlamentar pela morte do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, de 41 anos, em julho de 2022. Na Justiça, o parlamentar responde por homicídio qualificado.
Dos 20 vereadoreas presentes, 13 votaram a favor da cassação, cinco foram contrários e três se abstiveram. Veja como votaram cada parlamentar ao final da reportagem.
A família de Alexandre e colegas de trabalho dele também acompanharam a sessão.
O pedido de cassação foi protocolado pela vereadora Edna Sampaio (PT), que representou por quebra de decoro parlamentar, conduta incompatível da dignidade do cargo de agente político, homicídio doloso qualificado e afastamento imediato do cargo que se impõe.
Antes da votação, os vereadores comentaram o caso na tribuna da Casa. A vereadora Edna Sampaio discursou em apoio à cassação. Já o parlamentar Renato Motta (Podemos) disse que “a quebra de decoro é configurado quando o parlamentar está em exercício da profissão e, no dia, Paccola não estava”.
Já Fellipe Corrêa (Cidadania), que ocupa a vaga do licenciado Diego Guimarães, se declarou impedido de votar. Justificou ser o primeiro suplente da chapa de Paccola que ocuparia a vaga dele após a cassação. O presidente da Câmara, Juca do Guaraná (MDB), orientou que o suplente poderia se abster da votação.
Veja como cada vereador votou:
A favor:
- Adevair Cabral (PTB)
- Cezinha Nascimento (União)
- Chico 2000 (PL)
- Licinio Junior (PSD)
- Ricardo Saad (PSDB)
- Edna Sampaio (PT)
- Juca do Guaraná (MDB)
- Lilo Pinheiro (PDT)
- Marcus Brito (PV)
- Mário Nadaf (PV)
- Rodrigo Arruda (Cidadania)
- Sargento Vidal (MDB)
- Wilson Kero Kero (Podemos)
Contra:
- Demilson Nogueira (PP)
- Paulo Peixe (Republicanos)
- Renato Motta (Podemos)
- Sargento Joelson (PSB)
- Marcos Paccola (Republicanos)
Abstenções:
- Luiz Fernando (Republicanos)
- Felipe Corrêa (Cidadania)
- Michelly Alencar (União)
Ausências:
- Dídimo Vovô (PSB)
- Marcrean Santos (PP)
- Paulo Henrique (PV)
O crime
O crime aconteceu no dia 1º de julho. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o carro que era dirigido pela namorada de Miyagawa para no meio da rua e a porta do carona é aberta. Logo depois, o veículo retorna e a motorista caminha em direção à loja de conveniência.
Na sequência, o agente penitenciário se aproxima da namorada, mas ela se esquiva em dois momentos. Minutos depois, a vítima segura um objeto na mão direita e as pessoas se afastam. O casal sai da mesa e caminha em direção ao carro. Paccola aparece na esquina e atira.
O vereador alegou, na época, que foi informado de que Myiagawa estava armado e havia ameaçado a namorada.
O Ministério Público denunciou Paccola por homicídio qualificado. Segundo o parecer, o vereador impossibilitou a defesa da vítima.
Com base nas imagens e em depoimentos de testemunhas, a promotoria entendeu que “em nenhum momento a vítima agrediu ou ofendeu quem quer que lá estivesse e não apontou sua arma de fogo na direção de ninguém, sendo alvejada pelas costas pela ação do denunciado”.
O MP ainda solicitou em medida cautelar que Paccola tenha o porte de arma cassado.
Por; G1/ TV Centro América
Foto; Secom Câmara de Cuiabá