Biblioteca do Ministério da Saúde celebra 70 anos de história

Foto: Julia Prado/MS

Em tempos líquidos e de fake news, durar não é tarefa fácil, principalmente, 70 anos, como os que a Biblioteca do Ministério da Saúde acaba de completar. Fundada em 1953, no mesmo ano de criação da pasta, o local tem como missão prestar serviços de coleta, pesquisa e disseminação da informação para subsídio das ações em saúde. Na década de 50, chegou a funcionar no Rio de Janeiro – antiga capital do Brasil, antes da construção de Brasília. Mas com o erguimento do Edifício Sede, na Esplanada dos Ministérios, ganhou seu espaço cativo no térreo do prédio.

A Biblioteca do Ministério da Saúde existe para atender gestor, pesquisador, estudante, e todos os demais profissionais da saúde, além de todo o público externo interessado na produção técnico-científica da pasta. O acervo é dividido em acervo geral e memória técnica, contendo mais de 40 mil títulos. Também é oferecido serviço de pesquisa bibliográfica, ou seja, uma busca mais aprofundada na área de saúde, feita sob encomenda no acervo do ministério ou  em outras instituições e bases de dados confiáveis para atender a uma necessidade do usuário.

No entanto, nem só de informação técnica vive o lugar. Na biblioteca, é possível cruzar com o Claudio Francelino. Ele começou a trabalhar na pasta em 1978 e, logo que chegou, foi inserido no grupo responsável por remontar e colocar em funcionamento a biblioteca, que estava fechada há dez anos. Conhecido por grande parte dos funcionários da pasta, Cláudio nunca deixou o ofício e tem como missão oferecer apoio a todas as atividades ali desempenhadas. É reconhecido como o ‘braço forte’, um verdadeiro ícone da equipe.

O espaço oferece um confortável local de leitura e estudo chamado Espaço João Yunes, com cabines individuais, mesas, poltronas, computadores e acesso à internet.  Além disso, a arte também habita a área. Entre os intervalos de estudo, é possível apreciar uma obra de Athos Bulcão. A peça, produzida especialmente para a biblioteca, é um relevo em madeira, pintado nas cores mostarda e marrom, medindo 2,80 m x 5,76 m.  O painel é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Foi inserido no circuito turístico da capital por meio do “Projeto Formas, Volumes e Texturas”, que tem como objetivo a inclusão social das pessoas com deficiência.

 

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Foto: Julia Prado/MS

Ali também é possível encontrar milhares de artigos científicos. E, por falar neles, as sete décadas de existência do lugar contam com um exímio “buscador” de documentos na história: Eduardo Bonilha. O funcionário, que até hoje é visto pelos corredores do Edifício Sede, iniciou a carreira em 1980, aos 16 anos, como office boy, transferindo-se para o Hospital Sarah Kubitschek de Brasília, em 1982. Aos 20, foi trabalhar na comutação da biblioteca (serviço em que os centros de informação compartilham títulos e artigos científicos para atender às demandas dos usuários) do Hospital Sarah e nunca mais saiu dessa área. Bonilha ingressou na pasta da saúde em 1992, compondo a equipe de Comutação Bibliográfica.

Pelo trabalho prestado e grande auxílio em pesquisas acadêmicas, teve várias citações em agradecimentos de teses de doutorado e dissertações de mestrado, e foi elogiado formalmente, em 2002, no boletim de serviço eletrônico do Ministério da Saúde. “Fico muito honrado de fazer parte dessa história. É um trabalho que faço, verdadeiramente, com muito amor”, declara-se Bonilha.

Outra especialista na arte da comutação e figura essencial no auxílio aos frequentadores do espaço, Siomara Zgiet, entrou para a equipe da biblioteca física em 1980. Não foram raras as vezes em que residentes de medicina dormiram ao seu lado, no balcão de atendimento, enquanto ela pesquisava as publicações ou os artigos científicos de que precisavam.

“Ela foi a minha professora na arte da comutação. Aprendi com a colega a percorrer muitos caminhos para chegar com sucesso na busca de cada artigo, de cada periódico e de cada fonte de informação”, conta Bonilha. Com a experiência e o amplo conhecimento do serviço aos usuários, Siomara passou a compor há 21 anos a equipe da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS MS), sendo a conteudista do site até os dias atuais.

Biblioteca virtual surge em 2001

Com a ascensão da internet, veio a criação da biblioteca virtual da pasta, a BVS MS, em 2001. No endereço eletrônico bvsms.saude.gov.br, é possível realizar pesquisas on-line, acessar dicas em saúde, notícias, boletins de informação, guia de profissões da área, legislação do Sistema Único de Saúde (SUS), eventos e muitos mais. Pela tela, também são disponibilizados serviços desenvolvidos na biblioteca física.

A BVS MS é o canal de acesso à base de dados da biblioteca do ministério e a diversas outras bases científicas, nacionais e internacionais, de alta credibilidade na comunidade acadêmica e profissional da saúde. O site ainda oferece uma aba chamada de Galeria dos Ministros, cujo objetivo é preservar a memória do Ministério da Saúde. Ali está o rol de todos os gestores do MS desde o início, organizado por década, com fotografia e uma breve biografia de cada um.

 

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Foto: Julia Prado/MS

Aberta ao público

A septuagenária biblioteca também é aberta ao público externo. Basta o usuário apresentar na portaria do ministério um documento de identificação com foto conforme os padrões de acesso a prédios públicos. O espaço dispõe de dispositivos de acessibilidade como teclados para pessoas com baixa visão que podem ser requisitados no balcão de atendimento. Para mais informações, entre em contato pelo telefone (61) 3315-2410 ou pelo e-mail [email protected].

Serviço

Biblioteca do Ministério da Saúde

Localização: Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Térreo
Funcionamento: de segunda a sexta-feira, de 8h às 18h