Decisão de Toffoli consolida ofensiva de Lula contra Lava Jato

A decisão do ministro Dias Toffoli de declarar imprestáveis as provas da Odebrecht contra políticos atingidos pela Lava Jato e de determinar a investigação criminal de procuradores que firmaram o acordo de leniência com a empreiteira consolida a ofensiva de uma ala do Judiciário, da PGR (Procuradoria-Geral da República) e do governo Lula (PT) contra integrantes da operação.
O Executivo petista trata a história da Lava Jato como uma armação para apear o partido do poder. Por um lado, o discurso foca abusos cometidos pela operação mas, por outro, minimiza crimes confessados e verbas bilionárias recuperadas.
Além da decisão de Toffoli, diversas outras medidas foram tomadas para enfraquecer as investigações. A maioria delas se refere a fatos que são de conhecimento público há muito tempo, mas que só agora, no governo Lula, despertaram interesse de serem punidas por autoridades.
A avaliação de integrantes de tribunais superiores é que o clima contra a Lava Jato facilita a reparação de abusos cometidos pela operação. Eles também pontuam que as decisões anti-Lava Jato servem para fazer gestos a Lula, responsável por nomear os cargos vagos nas mais importantes cortes do país.
MATHEUS TEIXEIRA
FOLHAPRESS
Carlos Moura/SCO/STF