Enfermeira leva soco de acompanhante de paciente no DF: “Vulnerável”

Enquanto cuidava da saúde da população, uma enfermeira tornou-se vítima de agressões físicas e verbais no Distrito Federal. Na segunda-feira (3/1), por volta das 12h, a profissional levou um soco no rosto e recebeu arranhões na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas. A filha de uma paciente é a responsável pelas agressões.

Metrópoles entrevistou a enfermeira, cujo nome será preservado. Segundo a profissional de saúde, a acompanhante cobrava celeridade no atendimento da paciente. Na ocasião, a UPA sofria falta de médicos e, por esse motivo, estavam sendo priorizados os casos gravíssimos, classificados como vermelhos. A mulher estava categorizada com a cor laranja.

A acompanhante gritava, cobrando o atendimento. “No que eu virei para poder guardar o glicosímetro, que é o aparelho verificador de glicemia que eu tinha visto para a mãe dela, recebi um soco no rosto. E ela falou para mim: ‘Isso é o que você merece’”, contou a enfermeira.

Na sequência, teve início uma confusão generalizada na UPA. O segurança e a equipe médica da unidade intervieram. A profissional de saúde sofreu arranhões pelo corpo. O caso foi encaminhado para a 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas).

“Eu acredito que, se o segurança não estivesse lá, eu teria sido espancada mesmo”, desabafou. A profissional de saúde fez exame de corpo delito e registrou ocorrência. “A gente vê nas reportagens isso acontecendo direto, mas nunca imagina isso acontecendo com a gente”, lamentou a enfermeira, que agora está de atestado.

De acordo com a vítima, a classificação de risco da paciente seguiu o protocolo de atendimento. “Eu estou me sentido muito vulnerável. Eu vou ter de voltar para o meu ambiente de trabalho, para a classificação de risco. A gente escuta xingamento, ameaça, mas, desta vez, aconteceu. Como eu vou voltar? É muito difícil”, pontuou.

Na delegacia, a acompanhante da paciente negou ter agredido a enfermeira.

Indignação

 

O episódio de violência despertou indignação entre os profissionais de saúde. O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (Sindate-DF) colocou a equipe jurídica à disposição da enfermeira agredida.

“É necessário deixar claro que a enfermeira não negou o atendimento para a paciente. Ela pediu para ela esperar e explicou a situação”, ressaltou o diretor do Sindate Newton Batista.

Pelas redes sociais, o deputado distrital Jorge Vianna (Podemos) também cobrou o fim das agressões contra a enfermagem. Para o parlamentar, a categoria está sendo responsabilizada injustamente pela crise na rede pública.

 

Por; METRÓPOLES