Professor usa roupa semelhante à da Ku Klux Klan, grupo de supremacia branca, em escola estadual de SP

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um professor dentro de uma escola pública estadual com roupa semelhante à da Ku Klux Klan, grupo supremacista branco dos Estados Unidos.

O caso ocorreu na Escola Estadual Amaral Vagner, em Santo André, na região do ABC. Na gravação, dá para ouvir a voz de uma jovem que parece ser uma aluna, incrédula com a vestimenta do professor.

A data da gravação não foi informada pela secretaria, mas o vídeo foi postado na última segunda-feira (20). De acordo com um perfil no Instagram do grêmio estudantil da escola, o caso ocorreu no dia 8 de dezembro, durante um evento em que alunos, professores e funcionários podiam escolher uma fantasia para participarem de um desfile.

“No mesmo instante que o professor adentrou a quadra, local onde ocorreria o desfile com tal vestimenta, foi vaiado e retirado da quadra pelos estudantes e membros do grêmio e atlética”, afirma a publicação.

A Secretaria estadual da Educação diz que vai afastar o professor envolvido até o término da investigação. A pasta também informou que não admite qualquer forma de discriminação e injúria racial.

O professor pode responder por crimes de apologia ao crime e de racismo. Se condenado, pode pegar até 3 anos de prisão.

“As cenas são estarrecedoras e deprimentes, principalmente por terem ocorrido em um local que deveria ser de inclusão social e educação. O papel da escola é de educar contra qualquer forma de racismo, preconceito e exclusão!”, afirmou o advogado Ariel de Castro Alves, especialista em direitos humanos, membro do Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e presidente do Grupo Tortura Nunca Mais.

Criado em 1860, o Ku Klux Klan defende ideais como a supremacia branca, o nacionalismo branco e a anti-imigração. No século passado, o grupo foi responsável pela perseguição e assassinato de negros e ativistas de direitos civis, além de ataques terroristas.

Em nota, a Secretaria de Educação de São Paulo “informa que, assim que soube do caso, abriu apuração preliminar e iniciou os trâmites para afastamento imediato do professor envolvido, que é efetivo, até o término da apuração. A Diretoria de Ensino de Santo André formou uma comissão interacial para averiguar os fatos.”

A gestão da unidade e a Diretoria de Ensino de Santo André estão à disposição de pais e/ou responsáveis para esclarecimentos.

G1