Mãe exige R$ 500 mil de hospital após morte da filha em cirurgia bariátrica

A mãe de uma mulher que não resistiu a uma cirurgia bariátrica realizada em Cuiabá/MT no ano de 2018 no hospital São Matheus pede na justiça uma indenização de R$ 500 mil, mais o pagamento de uma pensão mensal. A filha F.A.G.R teria sido vítima de suposto erro médico e faleceu quatro dias depois do procedimento.

De acordo com informações do processo, uma mulher foi diagnosticada com “refluxo patológico supraesofágico”, sendo recomendada pelo seu médico a realizar uma cirurgia bariátrica para “resolver a enfermidade e reduzir o peso da paciente”.

Na manhã seguinte ao procedimento, porém, as complicações da cirurgia começaram a aparecer.

“Na manhã seguinte a [paciente] permaneceu lúcida e com dores locais. Relata que as dores se intensificaram, passando sentir falta de ar, e em seguida foi concedida alta médica, mas apenas não foi efetivada porque a autora se recusou levar a [paciente] para casa no estado em que se encontrava. Relata que durante a noite do mesmo dia a [paciente] foi atendida por uma médica plantonista e após medir a pressão arterial informou que estava tudo normal”, diz trecho do processo.

Já no segundo dia após a cirurgia, a mulher, que tinha realizado a cirurgia bariátrica, não conseguia mais falar, apresentando os olhos “amarelados, fundos, com pupilas dilatadas e sem fixar um ponto”. Ela passou a ser medicada com morfina, e só depois de 48 horas foi “entubada”, não resistindo as complicações.

Conforme a mãe da vítima narra no processo, tanto o Hospital São Mateus, quanto o médico, se recusaram a assinar o atestado de óbito da paciente. “Explica que o laudo atestou como causa da morte choque hipovolêmico, quando há grande perda de sangue, causado por hemorragia interna. Por fim, requer a condenação dos requeridos, de forma solidária”, conta a mãe nos autos.

Em suas defesas prévias, o Hospital São Mateus alegou que não praticou nenhuma “conduta ilícita”. Já o médico apontou que não há comprovação da ocorrência do suposto erro médico.

O caso está sob análise do juiz da 7ª Vara Cível do Tribunal de Justiça (TJMT), Yale Sabo Mendes. Em decisão do último dia 2 de junho ele determinou a realização de uma perícia, além de decretar o sigilo dos autos.

Após o levantamento do especialista, o magistrado terá mais elementos para decidir sobre o pagamento ou não da indenização e da pensão.

 

 

Por; Folha do Estado