Após 3 meses parado, motorista aguarda Sefaz ‘liberar’ caminhão para trabalhar

O caminhoneiro Pedro José dos Santos, 50, morador de Tangará da Serra/MT (a 250 km de Cuiabá) adquiriu um caminhão em março deste ano para trabalhar e precisou montar um novo motor. Em dois meses ficou pronto.

Porém, a descoberta de uma letra errada no chassi do veículo – em maio – deu início a uma série de dores de cabeça, inclusive o impedindo de rodar com o veículo até a regularização da documentação junto aos órgãos fiscalizadores.

O caminhão foi cadastrado com a numeração errada na Base de Índice Nacional (BIN), sistema que alimenta o Portal de Serviços Senatran (antigo Denatran) com características e informações de toda a frota nacional.

 

Em entrevista ao GD, Pedro contou que toda a papelada já foi regularizada e que aguarda apenas a liberação da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MT) para o retorno às atividades. O pedido foi realizado na última terça-feira (16).

 

“O processo tá lá nas mãos deles. Agora é o Sefaz que tá me enrolando. Eu tô com um caminhão parado na porta de minha casa e não consigo resolver a situação”, conta. Segundo Pedro, ele foi informado que o prazo para analisar a solicitação no órgão pode chegar a 120 dias.

O prejuízo estipulado pelo trabalhador é de R$ 50 mil por mês. R$ 150 mil no acumulado dos 3 meses.

Ele encaminhou ao GD todos os documentos do processo. A fabricante do caminhão, a Iveco, com sede em Minas, emitiu um laudo para Pedro atestando que a divergência no chassi foi um equívoco da montadora. Após ser acionada, a Iveco demorou 20 dias para encaminhar a carta laudo, diz Pedro.

 

Com o chassi regularizado, o homem foi até o Detran de Tangará da Serra e o órgão executou a vistoria do caminhão, bem como a Politec emitiu um outro lado, atestando que não houve adulteração no chassi.

 

Agora, após 3 meses com o caminhão parado e com prejuízo de milhares de reais, Pedro aguarda o quanto antes a regularização e diz que espera não pode esperar mais quatro meses para ser autorizada a voltar aos trabalhos.

 

“Eu ligo, só da caixa eletrônico. Não tenho muito o que mexer, porque está nas mãos deles. E aí, como eu vou ficar 120 dias parado?”, perguntou.

 

Procurada, a Sefaz informou, através da assessoria, que o processo foi finalizado na tarde desta terça-feira (23), porém, em consulta ao site do Detran com os dados do caminhão – nº da placa e Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) -, aparece a mensagem que o veículo não foi encontrado.

 

Por; Gazeta Digital