Crianças com câncer são constrangidas por gerente de fast-food em shopping de BH: ‘E essas pessoas?’

Quando estava na fila fazendo o pedido, a administradora percebeu a presença de uma funcionária na mesa onde estavam as crianças, de 4 a 15 anos, com suas mães. Ela então foi verificar o que estava acontecendo. “Cheguei lá e ela estava chamando a atenção das mãezinhas porque elas juntaram as mesas. Mas ela não foi educada, já chegou xingando”, conta Renata.
Depois que propôs voltar as mesas para o lugar e, assim, resolver o mal entendido, a administradora conta que a funcionária foi grossa mais uma vez. “Ela disse que não precisava, que as câmeras estavam gravando tudo e que se caso acontecesse alguma coisa eu que seria responsabilizada”, disse.
‘E essas pessoas?’
Renata conta que esse foi apenas o começo do desentendimento. Tudo pirou quando ela voltou para a fila e percebeu que a gerente estava, mais uma vez, chamando a atenção dos seus convidados.
Dessa vez, o problema era com o refil de refrigerante, que os clientes podem consumir livremente durante 30 minutos. “Ela veio falar que a gente poderia consumir todo o refrigerante da máquina se ela não avisasse. Eu falei: ‘moça, se precisar eu compro todo o refrigerante da máquina, não tem problema. Só quero que vocês tratem com respeito’”, conta Renata.
A administradora ainda acrescenta que a funcionária se referiu às crianças em tratamento com desdém. “Quando eu disse que já tinha ido no shopping e que sabia como funcionava o refil, ela disse: ‘Você tudo bem, mas e essas pessoas?’. Quando ela falou isso foi muito pesado, pois ela estava lidando com crianças e crianças muito humildes”, lamenta.
‘Faz o que quiser’
Para comemorar o aniversário em grande estilo, Renata ganhou um bolo de uma das convidadas. A ideia era que todos pudessem cantar parabéns na praça de alimentação, mas ela ficou com receio de a gerente não gostar. A administradora então foi perguntar se era permitido.
“Quando levantei pra chamar, ela tava voltando com um balde e uma vassoura na mão, limpando o lugar que a gente tava. Ficou de costas pra mim, eu a chamei e ela não virou. Da terceira vez eu disse que se ela não me desse atenção eu iria chamar a polícia. Foi quando ela me ouviu”, conta.
Mas ao questionar a gerente sobre os parabéns, a cliente conta ter recebido uma nova investida da funcionária. “Ela só respondeu: ‘Agora que você já estragou meu dia, você faz o que quiser’. E foi embora. Fiquei sem entender o porquê de tanta raiva”, desabafou Renata, que ainda confessa ter ficado muito chateada com a situação.
“Foi muito constrangedor. As crianças a gente conseguiu distrair, depois a gente levou eles pra piscina de bolinhas, onde foram todos muito bem tratados. Ainda não fiz nada, não fiz um boletim de ocorrência, nem procurei a administração do shopping. Só falei sobre isso no Stories do Instagram do projeto, pois foi muito triste, foi vergonhosa a atitude dela”, acrescenta.
O que diz o shopping?
Ao BHAZ, o shopping Boulevard BH disse repudiar “qualquer atitude discriminatória”, já que “no shopping todos são bem-vindos”. “A orientação do empreendimento é de que o cliente tenha aqui sua melhor experiência e, por isso, a administração fez contato com a cliente para ouvi-la, imediatamente ao ser comunicada, acompanhando o caso de perto”, declarou.
Já o Burger King disse, em nota, “que está em contato com a consumidora para as tratativas” e ainda reforça “que está sempre em busca de oferecer as melhores experiências aos consumidores e que, em seus restaurantes, todos são bem-vindos”.
Por; BHAZ