Cooperativismo Mineral em Mato Grosso: Impulsionando a Economia e Transformando Desafios em Oportunidades

Hoje são 12 cooperativas do setor mineral registradas no Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso (Sistema OCB/MT), sendo 7 cooperativas de mineração de ouro, que não apenas impulsionam a economia local e das regiões onde atuam, mas também que contribuem significativamente para a economia do estado.
Segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), só em 2022, essas Cooperativas geraram em arrecadação cerca de R$ 16,42 milhões por meio da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) e cerca de R$ 10,9 milhões através do Imposto sobre Operações Financeiras de Ouro (IOF-Ouro), isso resultou em uma movimentação de mais de R$ 1 bilhão na economia do estado.
Além da contribuição significativa para a economia, o cooperativismo mineral tem sido um pilar de sustentação para muitas cidades e comunidades em Mato Grosso, fomentando emprego em outros setores como vendas de máquinas e equipamentos, combustíveis e áreas profissionais como na contratação de geólogos, engenheiro de minas, engenheiro ambiental entre outros. O modelo cooperativo, com seu foco na equidade, democracia e participação local, é um motor de desenvolvimento regional, construindo economias resilientes e sustentáveis.
O Cooperativismo mineral tem construído pontes entre atividade da Mineração Industrial com a Mineração de pequeno porte, e realizando parcerias com a comunidade acadêmica em trabalhos de TCC, pós-graduação, mestrado e doutorado, fortalecendo a aplicação práticas das teorias desenvolvidas, promovendo assim, maior envolvimento com as comunidades locais, haja visto que os associados das cooperativas são formados pela população local, favorecendo ainda mais a Licença Social para o setor mineral.
No entanto, apesar desses avanços notáveis, o setor enfrenta seus próprios desafios. Entre eles estão a necessidade de se investir em rastreabilidade, ter linhas de crédito especificas para atividade mineral, aprimorar as tecnologias de exploração e garantir um melhor aproveitamento do processo de mineração. Buscamos ainda sensibilizar a classe política para aprimorar a legislação brasileira para os avanços do setor, além de enfrentar o sucateamento da ANM, que necessita urgentemente de recursos financeiros, equiparação salarial, adequação do quadro em número de servidores, estrutura de tecnologia, equipamentos e veículos, pois é ANM – Agência Nacional de Mineração que é responsável pela gestão da atividade de mineração no país.
Para superar esses obstáculos, é crucial que as cooperativas de mineração em Mato Grosso, bem como o governo e as organizações parceiras, continuem a inovar e a adaptar-se. Juntos, podemos garantir que o cooperativismo mineral continue a ser uma fonte valiosa de emprego e renda, ao mesmo tempo em que protege e valoriza o rico patrimônio natural e cultural do estado, afinal Mato Grosso assim como o Brasil tem origem na mineração.
Em resumo, o cooperativismo mineral em Mato Grosso é uma história de sucesso, exemplo para outros estados, o que demonstra como a exploração mineral responsável e cooperativa pode promover o desenvolvimento econômico, ambiental e social. No entanto, é uma história que ainda está sendo escrita, com novos desafios a enfrentar e novas oportunidades a explorar.
Gilson Camboim
Presidente da COOGAVEPE (Cooperativa de Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto), FECOMIM (Federação das Cooperativas de Mineração do Estado de Mato Grosso), e representante das Cooperativas do setor Mineral do sistema OCB/MT e Coordenador Nacional do Cooperativismo Mineral na OCB.