Alunos de escola pública do Rio vencem desafio cultural tecnológico

Os estudantes do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica), campus Maracanã, Juliana França Araujo Ferreira, Lucas Cardoso Gregório, Luiz Filipe Peres Mendes, Maria Eduarda de Carvalho e Natalhia da Costa Viana formam a Equipe Join e são os vencedores do desafio cultural Tack 4, promovido pela Junior Achievement em parceria com a ID Cultural.

O evento é voltado aos alunos do ensino médio de escolas públicas. Os cinco jovens premiados no desafio conquistaram a chance de participar do Brazil Conference at Harvard & MIT, que será realizado em abril de 2022 nos Estados Unidos.

Juliana França Araujo Ferreira, 18 anos, conta que o tema proposto foi “Como podemos utilizar a tecnologia para fomentar a cultura como agente de transformação social?”. “Nossa equipe estava à procura de uma solução que realmente pudesse se tornar efetiva e inovadora, que pudesse ser um diferencial para a sociedade. Sendo assim, surgiu a Junte-se, uma plataforma para revolucionar a cultura com a tecnologia dos NFTs”, afirma ela.

Segundo a equipe Join, o NFT (Non-Fungible Token) é um tipo de criptoativo que representa de forma digital produtos e serviços já existentes no “mundo real”.

Já o integrante da equipe Luiz Filipe Peres, 17 anos, explica que o processo de desenvolvimento foi extremamente desafiador. “Todos nós nos dedicamos por horas”, relata. “Apesar disso, foi extremamente gratificante participar da construção de uma iniciativa inovadora voltada para artistas independentes brasileiros.”

“Criar um projeto do zero envolve muitos desafios. O nosso principal objetivo no projeto era fazer com que as pessoas entendessem os NFTs, uma tecnologia teoricamente complexa aos olhos da maioria, mas que pode ser facilmente explicada com comparações”, complementa o aluno Lucas Gregório, 18 anos.

Para Natalhia da Costa Viana, 17 anos, que sonha em cursar engenharia aeroespacial, o sentimento é de que todo esforço, no final, valeu a pena. “A equipe se esforçou muito. Foram dias, noites e até madrugadas trabalhando no projeto. Buscamos ajuda e a todo tempo procuramos evoluir”, relata. “Quando a notícia da vitória chegou, eu só sabia chorar e a minha mãe, que estava do meu lado, gritava de felicidade”, conta. “Foi muito bom observar como esse programa não só me impactou, mas também impactou a minha família, as pessoas ao meu redor.”

Maria Eduarda de Carvalho, 18 anos, que também compõe a equipe Join, relata ter sido uma experiência única. “Já participei de outras competições, mas em relação a empreendedorismo apenas uma outra, o ITA Challenge, organizado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica”, diz. “Outro ponto importante é que, para participar do Tack, você precisa se desafiar. A primeira etapa foi uma maratona com três dias de imersão, aprendendo, desenvolvendo ideias e trabalhando em equipe. Depois, apenas um mês para a grande final”, explica.

O Desafio Tack 4 teve duração de oito horas, foi realizado em três dias e seu objetivo era motivar as equipes de estudantes a encontrarem soluções inovadoras utilizando a tecnologia em questões culturais. A competição foi dividida em cinco etapas eliminatórias, com 60 alunos divididos em 12 equipes. Ao término de cada etapa, uma equipe se classificou para a final.

Michel Mesquita é gestor de projetos da Junior Achievement. Para ele, a participação dos alunos em eventos como o Tack 4 tem como objetivo desenvolver e aprimorar novas habilidades. “Consciência social, empatia, respeito à diversidade, relacionamento em equipe e tomada de decisão responsável são habilidades socioemocionais muito importantes que contribuem para os excelentes resultados apresentados”, explica.

Ainda segundo Mesquita, a participação dos alunos no evento é de grande impacto. “O Desafio Tack 4 é uma excelente oportunidade para os alunos olharem o mundo de outra forma, não só como parte dele, mas também como portadores de resolução para os problemas que vemos no dia a dia”, conta. “Diversos alunos que já passaram pelo evento sentiram quanto essa experiência foi transformadora e de enorme aprendizado, e esperamos mais uma vez poder levar essa experiência ao máximo de alunos possível”, afirma o coordenador de projetos da Junior Achievement.

“A cada evento eu me surpreendo com a criatividade dos jovens na construção de suas soluções. Como educador, fico cada vez mais convicto de que muitos jovens suburbanos e periféricos precisam receber mais oportunidades para apresentar todo o potencial e o enorme poder de criação que trazem por meio de suas próprias experiências”, diz Mesquita, que vem acompanhando as quatro edições do Desafio Tack.  “Acredito que a educação e o empreendedorismo são ferramentas fundamentais para uma mudança de cenário na vida de muitos jovens por meio da inclusão e da democratização do acesso”, finaliza.

 

*Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder

 

POR; R7