Alvos da Defaz, irmãos deixam R$ 350 mil em cheques sem fundos em MT

Apontados como os principais operadores de um suposto esquema de pirâmide que atuava no agronegócio de Mato Grosso, os irmãos João Paulo Crisóstomo da Silva e Thiago Antônio da Silva Neto respondem a diversas ações judiciais em Mato Grosso, como despejo por falta de pagamento, monitórias, execuções de títulos extrajudiciais, entre outros. Ambos foram alvos da Operação “Pirâmide de Morfeu”, deflagrada pela Polícia Civil, através da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz), na manhã desta quarta-feira (16).

Os dois são apontados pela Polícia Civil como os responsáveis pelas empresas Agro Bom Sucesso,  Grupo SBS e Confraria Agrícola, todas elas de “fachada”. Elas simulavam operações no setor de agronegócio, atraindo as vítimas prometendo retorno aos investidores de cerca de 10% dos valores aplicados.

As vítimas recebiam os rendimentos nos primeiros meses, mas logo em seguida passavam a ter problemas com estes pagamentos. As ações as quais eles respondem na Justiça de Mato Grosso vão desde despejos por falta de pagamento, passando por ações monitórias, duplicatas, cheques sem fundo, execuções de títulos extrajudiciais, penhoras, entre outros.

A maior parte delas é recente, com processos iniciados entre 2020 e 2021, quase todos na comarca de Primavera do Leste. João Paulo teve, inclusive, deferida contra ele uma busca e apreensão promovida por um consórcio pelo não pagamento de um Toyota Corolla, em decisão da juíza Myrian Pavan Schenkel, da Terceira Vara Cível do município.

De acordo com o delegado da Defaz responsável pelo caso, Walter de Melo Fonseca Junior, o grupo tinha contadores para auxiliar no esquema, além de laranjas para a criação de empresas fraudulentas, inclusive com a associação de parentes. Acredita-se que ao menos dez pessoas faziam parte da organização, além de sete empresas que foram montadas para a simulação de negócios do grupo.

“Com a divulgação que está sendo feita no dia de hoje, acreditamos que várias vítimas procurarão a Polícia Civil. São valores milionários. Somente um dos investigados, para se ter ideia, deixou em Primavera do Leste aproximadamente R$ 350 mil em cheques sem fundo. Provavelmente eles não pagavam nada, captavam o dinheiro das pessoas e acreditamos até que eles faziam parte de uma organização maior. Também trabalhamos com a possibilidade de vítimas de fora de Mato Grosso”, afirmou.

A Operação “Pirâmide de Morfeu” cumpriu de 17 ordens judiciais de busca e apreensão domiciliar contra alvos investigados por crimes contra a ordem tributária e economia popular, falsidade ideológica e organização criminosa. Os mandados incluem ainda o sequestro de bens e valores pertencentes ao grupo criminoso, o bloqueio de várias contas correntes e de três veículos.

 

Por; Folhamax