Aposentado cai em golpe e perde mais de R$ 92 mil em compra de apartamento no litoral de SP

Um aposentado de 60 anos perdeu mais de R$ 92 mil na compra de um apartamento no bairro Caiçara, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Ele alega que, quando já estava dentro do apartamento, foi surpreendido por um oficial de justiça com ordem de reintegração de posse. O aposentado descobriu que o local não era do vendedor do imóvel e sim de uma terceira pessoa.

Ao g1, o delegado Rodrigo Martins Iotti explicou que o aposentado pagou uma parte do imóvel e combinou de dar o restante. Porém, no último sábado (11), ele foi surpreendido por uma ordem de reintegração de posse. O boletim de ocorrência foi registrado na segunda-feira (13).

O valor total, segundo o delegado, foi dividido em várias formas de pagamento. O aposentado deu R$ 10 mil como entrada, além de um veículo no valor de R$ 62 mil, R$ 8 mil em prestação de serviço e quatro parcelas de R$ 3.180.

“Ele narra R$ 398 mil como valor da venda e teria pago até o momento R$ 92.720”, explica o delegado. “Pelo o que ele noticiou aqui, esse vendedor teria tentado comprar o apartamento do verdadeiro proprietário e não arcou com o pagamento que ele havia condicionado em contrato”, diz.

Por meio do advogado da construtora do prédio, o aposentado ficou sabendo que o vendedor comprou o apartamento e outras 4 casas, totalizando R$ 1.050.000,00, porém não fez o pagamento devido. O caso aconteceu em abril de 2021 e, por conta da dívida, o advogado da construtora disse que irá entrar com um processo judicial contra o vendedor. Assustado com a situação, o aposentado ligou para o vendedor, que negou essa versão e disse que ainda estava negociando o pagamento.

O delegado afirmou que se baseia em duas linhas de investigação neste caso. “O que nós vamos traçar dentro do inquérito é que: se esse vendedor, de forma fraudulenta, enganou o comprador e realizou essa venda, ou se foi um acordo comercial e a vítima sabia que ele ainda estava pagando o terreno e aceitou fazer o negócio. Esse vendedor teria tido problemas financeiros e não arcou com o compromisso com o verdadeiro proprietário. É isso que vamos esclarecer”.

De acordo com o delegado, se for comprovado que houve, por parte do vendedor, má fé de enganar o comprador, um inquérito será instaurado. Porém, se no contrato estava esclarecido que vendedor ainda estava pagando o imóvel, que pertencia à princípio a um terceiro, houve um desacordo comercial e vítima não teria sido enganada.

Ainda segundo Iotti, a vítima afirmou que comprou o imóvel, mas que o vendedor, de 55 anos, não esclareceu os fatos. Tanto o vendedor quanto o aposentado foram intimados para apresentar toda documentação. “A gente precisa ver no contrato se informou que estava comprando ou se ele se passou pelo proprietário e acabou enganando a vítima”.

Cuidados

 

O delegado alerta para que as pessoas se atentem ao comprar um imóvel para não se colocarem em situações que possam ser vítimas. “A gente só compra de quem é o dono, que tem que ter registro no cartório de imóveis. Para comprar um imóvel, o indivíduo tem que fazer uma série de pesquisas, a principal delas é no cartório para saber se aquela pessoa que oferece o imóvel é o dono”.

Iotti afirma que esse tipo de golpe é algo comum na região. “Como imóvel na praia sempre é um sonho, nós temos, infelizmente, um número significativo de pessoas que caiam nesse problema de que acreditam na venda em um valor muito abaixo do mercado e acabam sendo vítimas de estelionato”.

POR; G1