Associação defende reduzir prazo de liberação de agrotóxicos

A Anvisa deveria levar até 3 anos para fazer as análises de defensivos agrícolas, defendeu o presidente da Croplife Brasil, associação de empresas de defensivos químicos e produtos biológicos, Christian Lohbauer, em entrevista ao Poder360. Caso contrário, Lohbauer diz que a agência deveria liberar o uso do agrotóxico –se ele já for utilizado em pelo menos 3 países da OCDE.

“Esse é o projeto de lei 6299/2002 de relatoria do deputado Luiz Nishimori (PL-PR) e está na pauta para ser votado desde 2019. Ainda temos uma esperança que ele seja votado em fevereiro”, disse Lohbauer.

Essa demora na liberação dos agrotóxicos, segundo Lohbauer, faz com que a maior parte dos produtos químicos, quando liberados, já sejam velhos. Diz ainda que a menor parte dos produtos aprovados são de tecnologia nova no mercado.

 

COMPARAÇÕES ERRADAS

 

Lohbauer afirma ainda que a frequente comparação dos produtos químicos aprovados no Brasil com outros ao redor do mundo é errada, porque a agricultura brasileira tem condições de clima e de produção próprias e isso faz com que a necessidade de agrotóxicos seja específica, quando comparada a dos demais países. “O Brasil tem produtos que não são  aprovados na Europa, mas são aprovados aqui, simplesmente porque alguns produtos não são usados naquela agricultura. Por exemplo, a produção de soja europeia é absolutamente irrelevante. Então, determinado fungicida não é necessário registrar lá porque não tem o fungo que tem aqui”, disse.

 

BIOTECNOLOGIA

 

O presidente da Croplife Brasil afirma também que está em curso uma revolução no agronegócio com a biotecnologia. Ou seja, com a mudança genética de uma planta para que ela se torne mais resistente a doenças, fungos e pragas sem a necessidade de usar um agrotóxico. Diz ainda que, se o Brasil souber aproveitar a oportunidade de desenvolvimento dessa tecnologia, poderá, não só ser um grande usuário, como um grande exportador de conhecimento. “A biotecnologia é a ponta da ciência. Se o Brasil tiver a percepção da oportunidade que existe atrás da biotecnologia, os brasileiros poderão usufruir e exportar conhecimento”, disse.

 

Por; Poder 360