Biobanco para pesquisas científicas é inaugurado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fiocruz
Uma grande biblioteca nacional de material genético com capacidade para armazenar 1,5 milhão de amostras que serão usadas em pesquisas científicas e inovação. Com a inauguração do Biobanco Covid-19, uma parceria do Ministério da Saúde com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil dá um salto no desenvolvimento tecnológico e consolida um legado para a resposta à pandemia. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participou da inauguração da unidade, nesta segunda-feira (13), no centro de expansão da Fiocruz, no Rio de Janeiro (RJ).
“O investimento de R$ 40 milhões que o Ministério faz com este o Biobanco é um compromisso com o presente, mas, sobretudo, um compromisso com o futuro”, afirmou o ministro. Ele reforçou o papel fundamental da unidade para que o país esteja preparado para dar respostas rápidas em caso de futuras emergências de saúde pública – em especial em momentos pandêmicos. “Quando se identifica uma variante, não é o caso de punir quem a identificou, temos é que aplaudir quem identifica, para que possamos nos preparar para combater essas ameaças imprevisíveis causadas por mutações do vírus”, ressaltou Queiroga.
Além de garantir maior autonomia ao país, o objetivo do Biobanco é atender a necessidade de infraestrutura adequada para o armazenamento seguro, confiável, ético, legal e rastreável de amostras humanas e não-humanas (vírus).
Inicialmente, a unidade cumpre papel estratégico no entendimento da Covid-19, com estudos sobre o Sars-Cov-2 e suas variantes, mas será continuamente alimentado por amostras para novos estudos. A ideia é que, após a pandemia, o Biobanco passe a trabalhar com outros vírus, bactérias, fungos e protozoários, além de amostras humanas associadas a diferentes doenças. Futuramente, será possível ampliar o projeto, com expansão horizontal e vertical em mais um pavimento.
Um dos primeiros estudos já em processo de depósito na soroteca é a Pesquisa de Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil (Prev-COV). A iniciativa, lançada em maio, trata-se de um estudo soroepidemiológico para avaliar a prevalência da Covid-19 na população brasileira, em diferentes recortes geográficos. O material permitirá cálculos mais precisos de indicadores de morbidade e de letalidade pela doença, por meio da análise de amostras de 211 mil pessoas de 274 cidades brasileiras.
Gestão
Com o processo pandêmico, o Ministério da Saúde entendeu que era essencial investir em um Biobanco nacional com alta capacidade de armazenamento. A gestão ficará a cargo da Fiocruz e da Secretaria de Vigilância em Saúde, por meio do Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde e da Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública.
Estrutura
O empreendimento de 1.100 m² de área funcionará como um centro provedor de serviços altamente qualificados e materiais biológicos, com áreas laboratoriais com classificação de nível de biossegurança 2 (NB2), permitindo colaborações nacionais e internacionais, além de fortalecer o mercado interno e reduzir a dependência internacional do Brasil na área.
Com os materiais biológicos e dados armazenados no Biobanco, os pesquisadores poderão desenvolver estratégias baseadas em evidências, projetar protocolos de tratamento e previsões baseadas na medicina de precisão.
Na soroteca, as amostras devem ser preservadas em temperaturas ultra baixas, em nitrogênio líquido. As amostras recebidas podem ser de estudos em curso, que necessitam ser revisitadas, ou que há expectativa de novos estudos com as amostras já coletadas.
O projeto conta com autonomia no abastecimento de água; sistema de descontaminação de efluentes com estação de tratamento de esgoto próprio; central de gases diversos, incluindo nitrogênio líquido, destinado aos equipamentos de criopreservação; além de diversos sistemas específicos para garantir a segurança e a rastreabilidade das amostras, atendendo aos requisitos legais de qualidade, biossegurança e bioproteção.
POR; Ministério da Saúde