Brasil registra primeira morte por varíola dos macacos, em Minas Gerais

O Ministério da Saúde confirmou hoje a primeira morte por varíola dos macacos no país. A vítima era de Uberlândia (MG). Até o momento, foram confirmados 1.066 casos da doença no país, a maioria deles em São Paulo e no Rio de Janeiro. O ministério está tratando a doença como surto, o primeiro estágio da evolução de contágio, antes de epidemia e pandemia.

O surto acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica. Para usar esse termo, o aumento de casos deve ser maior que o esperado pelas autoridades. O Ministério disse em nota que o controle da doença é uma prioridade do órgão, e anunciou que montará um grupo para coordenar a resposta com a participação de várias instituições de saúde, como o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a Opas, braço da OMS nas Américas.

Ainda não há vacina disponível para a doença no país, mas o Ministério da Saúde diz negociar a aquisição. “A pasta tem buscado as alternativas céleres para aquisição da vacina e articulado com a OPAS/OMS as tratativas para aquisição do imunizante. Dessa forma, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) poderá definir a melhor estratégia de imunização para o Brasil”, afirmou em nota.

 

Veja o número de casos por estado:

 

São Paulo: 823 Rio de Janeiro: 124

Minas Gerais: 44 Paraná: 21

Distrito Federal: 15 Goiás: 13

Bahia: 5

Ceará: 4

Santa Catarina: 4

Rio Grande do Sul: 4

Pernambuco: 3

Rio Grande do Norte: 2

Espírito Santo: 2

Tocantins: 1

Acre: 1.

 

A OMS decretou a varíola dos macacos como uma emergência sanitária global, com mais de 18 mil casos confirmados em 78 países. A decisão é um alerta para os países monitorarem a doença e implementar medidas para conter a circulação do vírus. De acordo com o órgão, 10% dos pacientes tiveram que ser internados para tratar a doença e cinco pessoas morreram. A entidade afirma que o surto pode ser interrompido com informação e medidas para barrar a transmissão. A varíola do macaco é uma doença endêmica do continente africano, transmitida inicialmente de animais para seres humanos e detectada pela primeira vez em 1958. O vírus é membro da família de Orthopoxvirus, a mesma do vírus da varíola, doença já erradicada entre os seres humanos.

 

Quais os sintomas da varíola dos macacos?

 

A doença começa com febre, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, ou seja, sintomas inespecíficos e semelhantes a um resfriado ou gripe. Em geral, de a 1 a 5 dias após o início da febre, aparecem lesões na pele, que são chamadas de exantema ou rash cutâneo (manchas vermelhas). Essas lesões aparecem inicialmente na face, espalhando para outras partes do corpo. Elas vêm acompanhadas de coceira e aumento dos gânglios Vale ressaltar que uma pessoa é contagiosa até que todas as cascas caiam —as casquinhas contêm material viral infeccioso— e que a pele esteja completamente cicatrizada.

 

Como é a transmissão da varíola dos macacos?

 

A varíola dos macacos não se espalha facilmente entre as pessoas —a proximidade é fator necessário para o contágio. Sendo assim, a doença ocorre quando o indivíduo tem contato muito próximo e direto com um animal infectado (acredita-se que os roedores sejam o principal reservatório animal para os humanos) ou com outros indivíduos infectados por meio das secreções das lesões de pele e mucosas ou gotículas do sistema respiratório. A transmissão pode ocorrer também pelo contato com objetos contaminados com fluídos das lesões do paciente infectado —isso inclui contato a pele ou material que teve contato com a pele, por exemplo as toalhas ou gotículas do sistema respiratório.

A transmissão pode ocorrer também pelo contato com objetos contaminados com fluídos das lesões do paciente infectado —isso inclui contato a pele ou material que teve contato com a pele, por exemplo as toalhas ou lençóis usados por alguém doente.

 

Por; UOL