Casos de hanseníase em MT têm queda de 40%

Os casos de hanseníase, em Mato Grosso tiveram queda de 40% no ano passado, em comparação à 2019. A pandemia da Covid-19 pode ter contribuído para essa diminuição. Em 2020, foram detectados 2.517 novos casos no estado.

Durante a pandemia e com o distanciamento social, muitas pessoas deixaram de ir até as unidades de saúde para procurar atendimento.

A hanseníase é silenciosa e pode gerar incapacidade física. Causada por uma bactéria, ela provoca lesões na pele e perda de sensibilidade. Todas as unidades básicas de saúde estão preparadas para acolher casos suspeitos, examinar e se necessário, encaminhar aos centros de referência.

Há sete anos, o coordenador do Movimento de Integração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) João Victor notou o aparecimento de manchas no corpo.

Ao procurar uma unidade de saúde, o diagnóstico foi hanseníase. Durante o tratamento, para entender mais e ajudar outros pacientes, decidiu fazer parte do grupo. “Entrei no grupo para poder intensificar mais a conscientização do tratamento, levar mais informação para as pessoas, também para os funcionários das unidades de saúde e despertar o interesse do poder legislativo e executivo”, contou.

Para o médico Ronald Benedito dos Anjos, a diminuição dos diagnósticos é preocupante e que, para ajudar no controle, o ideal é fazer a ‘busca ativa’.

“No momento que a gente faz o diagnóstico é importante que faça a ‘busca ativa’ de quem convive com esse paciente porque quando ele é tratado e mora com os pais, filhos ou irmãos, essas pessoas precisam ser avaliadas. Se a pessoa tratada manter o convívio com uma pessoa que continua infectada, existe a possibilidade de ser infectada novamente”, disse.

Quando foi diagnosticado, na década de 80, o aposentado Valdomiro da Silva, recebeu a notícia de que tinha pouco tempo de vida, mas decidiu iniciar um tratamento contra a hanseníase. Hoje ela está curado, mas com algumas sequelas. “Me deram dois anos de vida, mas eu continuei lutando”, disse.

O contágio da doença não acontece em uma única aproximação, mas através do contato íntimo e prolongado. O diagnóstico precoce é essencial, e o médico Ronald Benedito dos Anjos, alerta para os sinais. “Uma mancha clara com a redução ou perda total de sensibilidade térmica ou dolorosa, a perda de pelo em uma mancha clara, manchas associadas à câimbras e formigamento, procure uma unidade de saúde que a equipe está preparada para atendê-lo e fazer o possível diagnóstico”, disse.

 

FOLHAMAX