Clientes de bar confundem corredores com arrastão e se desesperam em Recife

RECIFE – A passagem de um grupo de corredores na calçada de um bar na beira-mar do Recife gerou um mal-entendido inusitado. Temendo se tratar de um arrastão, os clientes sentados nas mesas da área externa da Cervejaria Alphaite, na zona sul da capital pernambucana, dispararam às pressas para dentro do estabelecimento, assustados com o movimento. A confusão aconteceu na noite do sábado, 17, mas repercutiu nesta quinta-feira, 22, quando um vídeo que capta a cena viralizou nas redes sociais.

Nas imagens, é possível ver quando os corredores cortam a fileira entre as mesas lotadas. Em seguida, os consumidores irrompem em direção ao bar, também correndo. Um dos primeiros a se levantar foi o cirurgião plástico recifense Amyr Kelner – o homem de calça clara e camisa preta -, que foi quem anunciou, com um grito, o “arrastão” aos demais clientes.

Ele e três amigas estavam bebendo tranquilamente quando, por volta das 21h, ficaram alertas ao perceberem uma movimentação, que tomaram como suspeita. “A gente viu três pessoas com um cachorro que vinham em uma velocidade rápida. Quando chegaram ao lado da gente, aceleraram o passo. Minha amiga se levanta e diz que acha que é um arrastão. Não me contenho, me levanto e grito: ‘É um arrastão!’. E aí, todo mundo correu”, relembra o médico, que agora vê a situação como cômica, em conversa com o Estadão.

Mas realmente se tratou de um equívoco. Tão logo foi esclarecido, todos os clientes retornaram à mesa e seguiram com o atendimento, confirmou o bar, em nota. Ou seja, nenhum prejuízo para o estabelecimento.

“Em dois, cinco minutos, as pessoas foram se acalmando e foram voltando às mesas. Aí todo mundo riu, e ficamos nos perguntando: ‘Rapaz, será que foi a gente que puxou?’”, relata o médico.

Nas redes, especula-se que os corredores eram praticantes do Crossfit, mas Amyr confessa que até agora não sabe quem eram. “Fui ver depois no vídeo que eram umas pessoas com roupa de academia”, comenta.

O médico é frequentador assíduo do bar há pelo menos 15 anos e garante que nunca viveu nada parecido, definindo esse como “um dos momentos mais hilários e de maior coragem” da sua vida. Apesar de ver a região em que fica O Alphaiate como segura, Amyr acha que reagiu daquela forma por causa do “medo que se tem a vida toda” morando no Brasil. “Não seria improvável se aquilo tivesse acontecido. Poderia ter sido um arrastão de fato”.

A Avenida Boa Viagem, beira mar do Recife, registrou arrastões nos últimos dois grandes eventos públicos: a Parada da Diversidade, no domingo, 18, e no feriado de Sete de Setembro.

Por; Estadão