Criminosos causam prejuízo de R$ 6 milhões por furtos de combustível e grãos de trens em MT

A Polícia Civil de Mato Grosso deflagou, na manhã desta terça-feira (29), a ‘Operação Descarrilamento’, contra integrantes de uma organização criminosa envolvida em furtos de combustíveis e grãos da empresa Rumo de logística. Os produtos eram furtados de vagões de trens estacionados ao longo da via férrea que corta os municípios de Alto Araguaia/MT e Alto Taquari/MT , causando prejuízo de mais de R$ 6 milhões.
De acordo com o delegado de Alto Araguaia, Marcos Paulo Batista de Oliveira, a organização criminosa atua desde 2017 na região, praticando o furto de combustíveis e grãos dos vagões de trens de propriedade da empresa de logística. Segundo a Polícia Civil, foram furtados mais de 1 milhão de litros de combustível e aproximadamente 100 toneladas de grãos.
Os furtos eram realizados com o auxílio de funcionários da empresa de logística, que passavam informações sobre a programação de chegada, parada e partida dos trens, além do tipo de carga e nível de combustível dos vagões. Os criminosos iam aos estacionamentos e aos locais de cruzamentos de trens e praticavam o furto, geralmente no período noturno e de madrugada. Utilizavam dezenas de galões, bomba de sucção, além de veículos para o transporte. Os produtos eram retirados diretamente dos tanques de combustíveis das locomotivas ou ainda dos próprios vagões.
Os policiais cumpriram oito mandados de prisão preventiva, 16 de busca e apreensão e oito intimações para implementação de medidas cautelares diversas da prisão.
Os mandados judiciais foram expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, com base nas investigações da Delegacia de Polícia Civil de Alto Araguaia/MT (a 418 km de Cuiabá). As ordens foram cumpridas nas cidades de Alto Araguaia/MT, Santa Rita do Araguaia/MT (Goiás) e Rondonópolis/MT (a 218 km de Cuiabá).
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Nas investigações, entre maio de 2020 a janeiro do ano passado, foram identificados diversos integrantes, sob o comando de uma liderança, com tarefas bem definidas. Alguns eram encarregados de fazer contato com os funcionários da empresa Rumo, outros prestavam apoio logístico, outros executavam o furto e repassavam ou negociavam com empresários receptadores.
Outra parte da quadrilha atuava como ‘olheiros’, para comunicar aos criminosos sobre a presença da polícia na região, quando, então, a ação era abortada. Praticamente todos os dias a organização criminosa atuava, utilizando como código ‘realizar uma pescaria’, que significava praticar os furtos ao longo da via férrea.
A Polícia Civil apurou que os envolvidos obtiveram lucros consideráveis com os crimes, adquirindo veículos e bens de alto valor, incompatíveis com a renda dos suspeitos. Um dos empresários, investigado por receptação, é proprietário de uma empresa de fabricação de ração e encomendava grãos, geralmente farelo de milho/soja, para ser utilizado como matéria-prima em sua empresa. Alguns empresários da região adquiriam combustível dos criminosos por um preço inferior ao mercado para utilizar em seus maquinários e veículos.
DESCARRILAMENTO
O nome da operação faz alusão ao incidente provocado quando trens saem dos trilhos e a circulação é paralisada, de modo a retratar para os criminosos, que a atuação na região deve ser interrompida, sob pena de inviabilizar a atuação das empresas de logística na cidade. As investigações prosseguem e novos alvos poderão e serão implicados.
por; Hiper Notícias