Dois trabalhadores são resgatados em condições análogas à escravidão, no Paraná

Dois trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão, em uma fazenda de Nova Esperança, no noroeste do Paraná, segundo o Ministério do Trabalho e Previdência (MTE). A informação foi divulgada nesta terça-feira (19).
De acordo com a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), as vítimas não recebiam salário pelos serviços prestados, somente alimentação e moradia.
Além disso, conforme a SIT, as saídas eram igualmente controladas pelo empregador, sob ameaças de perder o trabalho.
Um dos trabalhadores estava cadastrado em benefício da previdência social, e o cartão retido pelo empregador, conforme a investigação.
O valor devido calculado somou de R$ 279,1 mil em verbas salariais, rescisórias e dano moral para os dois trabalhadores. Desse total, R$ 41 mil já foram pagos na última quinta-feira (14).
O resgate ocorreu durante uma operação, que contou com apoio de integrantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal (PF).
Denúncias de trabalho análogo ao de escravo podem ser feitas de forma anônima no Sistema Ipê, pela internet.
O caso
A fazenda fiscalizada atuava com a criação de gados, porcos e hortaliças, onde foram encontrados os dois trabalhadores, um com 21 e o outro com 18 anos de serviço.
De acordo com as informações coletadas, a jornada era abusiva e não tinham folga em nenhum dia da semana.
Conforme a SIT, entre os documentos do empregador foram encontrados também comprovantes de atendimento na Previdência Social em nome de uma das vítimas.
Além disso, um extrato de conta bancária conjunta em nome de uma das vítimas com o filho do empregador.
A Inspeção do Trabalho confirmou a habilitação, para o trabalhador resgatado, do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pelo qual teria sido liberado mais de R$ 32 mil desde 2019.