Ex-deputado é alvo de operação contra a lavagem de dinheiro

Antônio Azambuja já havia sido alvo da Ararath, que investigou suposto mensalinho da Assembleia

Arquivo

O ex-deputado estadual Antônio Azambuja, um dos alvos da PF

CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

O ex-deputado estadual Carlos Antônio Azambuja foi um dos alvos da operação Bilhete Premiado, deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (6).

 

A ação visa desarticular um grupo acusado de usar casas lotéricas para lavagem de dinheiro nos municípios de Várzea Grande, Vila Bela da Santíssima Trindade e Pontes e Lacerda.

 

As investigações apontam o uso de casas lotéricas para mascarar a origem ilícita de lucro obtido em atividades criminosas, entre elas corrupção e tráfico de drogas.

 

Conforme apurou o MidiaNews, o Azambuja é investigado por supostamente realizar depósitos ilegais para a lavagem de dinheiro.

O ex-parlamentar já foi alvo da Polícia Federal na Operação Ararath em 2017, por participação no esquema de “mensalinho” na Assembleia Legislativa à época do Governo Silval Barbosa. Ele está no grupo de deputados que foi filmado recebendo maços de dinheiro no Palácio Paiaguás.

 

Em fevereiro deste ano, ele firmou um acordo de não persecução cível e se livrou de ressarcir os cofres públicos em R$ 15 milhões em uma ação por improbidade administrativa que ele respondia por conta do caso.

 

Bilhete premiado

 

A PF cumpriu dez mandados judiciais de busca e apreensão, expedidos pela 5ª Vara Federal de Mato Grosso, bem como o para o bloqueio de bens móveis e imóveis até limite R$ 106 milhões.

 

De acordo com a PF, depósitos de milhões de reais em espécie foram identificados pelas apurações, as quais evidenciaram que tais valores eram incompatíveis com o patrimônio declarado pelos depositantes.

 

Na dinâmica do esquema de lavagem desses capitais, verificou que era comum que os saques desses valores fossem realizados no mesmo dia ou nos dias imediatamente seguintes aos depósitos, com o objetivo de dificultar o rastreamento pelas autoridades competentes.

 

A apreensão de bens e valores segue as diretrizes de descapitalização do crime organizado, além de contribuir para a completa identificação dos envolvidos e beneficiários da lavagem de capitais.