Garimpeiros ligados à Coopemiga (Cooperativa de Mineradores e Garimpeiros de Aripuanã) voltaram a mídia “ostentando” fotos de vídeos de ouro retirados do local. A região ficou famosa pelo garimpo da Serra de Aripuanã/MT (a 1002 Km de Cuiabá).

Inicialmente, o local era ocupado de forma ilegal e, em 2019, houve uma operação para desocupação. Porém, em dezembro de 2020, a cooperativa recebeu licença para explorar o garimpo no local e, desde então, a atuação ocorre de forma regular.

Em um dos vídeos, o autor destaca o “retorno das atividades” no local. “Todo mundo começando trabalhar na Serra do Aripuanã, Mato Grosso. A galera está voltando em peso”, afirma.

Imagens também mostram o peso de uma pequena barra de ouro. Em julho de 2020, foi assinado um Termo de Compromisso e Ajustamento de Conduta entre a cooperativa, a Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), a mineradora Nexa e a Agência Nacional de Mineração (ANM) que teve como objetivo resolver o conflito pelo uso da área no município de Aripuanã (1002 km a Noroeste de Cuiabá). Desta forma, os garimpeiros poderão explorar ouro legalmente. A regularização ocorreu em dezembro de 2020.

A licença concedida pela Sema permite a instalação de maquinários dentro da área de 516 hectares cedida para a cooperativa, localizada na Fazenda Dardanelos. O presidente da Coopermiga, Antônio Vieira da Silva, afirmou que a legalização da atividade traz benefícios para todos os moradores do município. “Assim como também para o estado de Mato Grosso e garimpeiros de todo Brasil que estão residindo hoje aqui na cidade. Nossa atividade ajuda a movimentar a economia, trazendo garantia de renda e emprego para o município, estado e Brasil”, completa.

A cooperativa informou que cerca de 6 mil pessoas estão ligadas à atividade garimpeira no município de Aripuanã atualmente. Da área destinada ao garimpo, serão construídas moradias para os garimpeiros em uma “vila garimpeira”.

OPERAÇÃO TRYPES

Em outubro de 2019, a Polícia Federal iniciou a Operação Trypes, que do grego significa buracos. Atuaram na operação 160 policiais, além de servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Mato Grosso – (Sema/MT), desarticulando e destruindo maquinários e buracos feitos pelos garimpeiros, na ocasião foram presas seis pessoas.

Em contato com a Policia Federal não confirmaram se estão sobre vigilância do local ou se algo já está em andamento.

OUTRO LADO

A Cooperativa de Mineradores e Garimpeiros da Região de Aripuanã se posicionou sobre o caso por meio de nota.

Veja a íntegra:

Referente às matérias veiculadas no site Folhamax nesta segunda-feira (01.02), intituladas ‘Após 2 anos, garimpeiros voltam a explorar ouro em serra em MT’ e ‘Garimpeiros “ostentam” ouro retirado de serra em MT’, a Cooperativa de Mineradores e Garimpeiros da Região de Aripuanã (Coopemiga) vem esclarecer os seguintes aspectos:

1. No dia 21 de janeiro de 20202, a Coopemiga obteve o registro oficial na Junta Comercial do Estado, garantindo o devido respaldo jurídico para que garimpeiros pudessem trabalhar, de forma legalizada, na extração de ouro no garimpo da Serra, em Aripuanã. Portanto, diferente do que foi informado na primeira matéria, os garimpeiros não estão atuando de forma ilegal na área, pois são cooperados da Coopemiga.

2. Para conhecimento, após o registro oficial da cooperativa, foi realizada uma reunião com a Agência Nacional de Mineração (ANM) para oficializar o marco da mediação de conflitos com a mineradora Nexa Resources, que possuía licença da área para exercer as atividades de mineração. Com isso, foi feito um acordo por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com a Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), a mineradora Nexa e a ANM, que culminou em uma cessão parcial de uso de subsolo feito pela Nexa de uma área de 516 hectares à Coopemiga. 

3. Hoje, a Coopemiga possui cerca de 1.800 cooperados, que têm acesso à energia elétrica, internet, transporte escolar, coleta de lixo e comércio dentro da Vila Garimpeira, onde residem muitos garimpeiros e suas famílias. Além disso, a cooperativa possui um Posto de Coleta e Diagnóstico Microscópio da Malária, que conseguiu reduzir consideravelmente os casos da doença na região do garimpo. 

4. Desatacamos que, entre vários benefícios da criação da cooperativa, está justamente a legalidade do garimpo, que deixa de ter trabalhadores atuando na clandestinidade. Além disso, a Coopemiga, que se tornou exemplo de cooperativismo pelo modelo de trabalho e organização, atua para minimizar os impactos ambientais da atividade e contribui de maneira considerável para a economia do município de Aripuanã e região.

Por; Folhamax