Goiana conhece namorado em app, “empresta” R$ 25 mil e ele desaparece

A esteticista goiana Lidiane Pereira, 26 anos, denunciou o então “namorado” Eduardo Thomas Nunes Setnacla por golpe financeiro, de R$ 25 mil, e emocional, que desencadeou doenças psiquiátricas, após dois meses de relacionamento, que começou num aplicativo e continuou na vida real, em Goiânia.

Lidiane relata que conheceu Eduardo em junho de 2021 e que desde o início do relacionamento ele “colocava na cabeça dela” que investir na compra e venda de Iphones era muito lucrativo e que os dois poderiam trabalhar com isso.

Passados dois meses, quando o relacionamento caminhava de forma natural, já que os dois passaram a dormir juntos, saiam com amigos, adquiriram uma intimidade e confiança, em agosto ela vendeu um carro que tinha e entregou os R$ 25 mil para o namorado fazer o investimento. A partir daí ele começou a mudar.

Com o dinheiro, Eduardo comprou 16 celulares por meio de um site do exterior.

“Depois que eu passei o dinheiro, ele já mudou comigo: não ia mais na minha casa, ficava enrolando quando falava de ir na casa dele. Ele comprou os produtos, não me passou o código de rastreio, mas eu consegui ver pelo site usando os dados dele que ele recebeu a mercadoria. Um dos amigos que morava com ele na república me confirmou que os celulares chegaram lá”, explicou em depoimento à polícia.

Também de acordo com ela, o rapaz fez as vendas no mesmo dia, mas não passou o dinheiro.

Lidiane relata que cobrou várias vezes, mas o acusado só enrolava, dizia que ia pagar e nunca passava o dinheiro. Até que um dia ele a ameaçou de morte por meio de mensagens. Em seguida, ele a bloqueou nas redes sociais e mudou de endereço.

O caso foi denunciado à Polícia Civil. Eduardo foi indiciado por crimes de ameaça e estelionato em fevereiro de 2022. Em abril, o Ministério Público (MP) denunciou o estelionatário à Justiça e na mesma data saiu uma intimação para o acusado, mas ele não teria sido encontrado e, consequentemente, não foi notificado.

Ainda de acordo com o MP, “não cabe prisão nesta fase da ação penal”.

Lidiane acrescentou que ao perceber que tinha caído num golpe, que foi usada por Eduardo, ficou extremamente abalada com tudo o que aconteceu, por isso levou meses para conseguir expor o caso.

Em novembro do mesmo ano, ela foi diagnosticada com transtorno ansioso e depressivo, além de estresse.

“Comecei a procurar ajuda médica, tomo remédio para dormir e toda vez que toco nesse assunto eu sempre choro. Como eu sei que ele está impune, eu sigo falando no assunto, estou me expondo, mostrando para todo mundo o que aconteceu, mas isso é uma ferida que eu vou carregar para sempre”, disse a vítima.

 

Por; G5 News