Governador afirma que foco de Cuiabá era ‘outro’, não saúde
Ana Júlia Santos e Vanessa Araujo

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Vanessa Araujo/Gazeta Digital

Durante o balanço das ações feitas durante os 10 meses de Intervenção na Saúde de Cuiabá, o governador Mauro Mendes (União) declarou que, antes da intervenção, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não oferecia bom serviço à população porque “estava preocupada com outras coisas, que não eram relacionadas à saúde”. Ele menciona as inúmeras operações policiais na pasta durante a gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), seu inimigo político.

Mendes enfatizou que “quando se tem gestão, as coisas fluem”. Destacou que “se a prefeitura estivesse realmente focada na saúde de Cuiabá, não seria alvo de 19 operações”. As declarações ocorreram na tarde desta quarta-feira (27).

“Não tinha gestão, não tinha foco, o foco lá nós sabemos qual era, 19 operações, maioria delas na saúde. Esse era o foco. Não se focava em fazer o que é certo, que é buscar recursos, ficava focado naquela coisa que levou a tantas operações na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá”, declarou.

O Gabinete de Intervenção do Estado gerencia a pasta até o próximo dia 31. Após isso, a Saúde volta para Cuiabá, mas fica sob a “supervisão” do Estado, conforme Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado por Cuiabá, Estado e Ministério Público Estadual (MPMT).

Uma “equipe de apoio e monitoramento”, composta por 9 pessoas, entre elas a atual interventora, Danielle Carmona, e o procurador de Estado Hugo Fellipe Martins de Lima, continuará recebendo remuneração do Estado e terá alguns poderes, como denunciar e apreender documentos da administração da Saúde da capital, caso encontre irregularidades.

O governador enfatizou que a criação do TAC é para que o dinheiro público seja aplicado corretamente na Saúde.

“O grupo que vai acompanhar esse TAC é para cuidar de princípios constitucionais, para a correta aplicação do dinheiro público e a correta aplicação de resoluções que estão previstas nas normativas do Sistema Único de Saúde. O principal da equipe é fiscalizar, acompanhar em tempo real a execução para não fazer merda de novo e que não meta a mão de novo no dinheiro na saúde de Cuiabá”, declarou.

O governador destacou que recursos do Estado e da União são direcionados ao Município para atendimento do povo, mas que, segundo ele, não havia o bom uso da verba.

“A Prefeitura de Cuiabá recebe dinheiro do Estado, ela recebe dinheiro da União para prestar serviço ao cidadão. Isso tem regras, tem políticas nacionais que submetem todos os prefeitos, todos os secretários. Esse equipe vai acompanhar aquilo que é obrigação fazer, mas como fez, agora está sob tutela e sobre observação”, disparou.