Médico chama enfermeiros de ‘carniças incompetentes’ e vira alvo de denúncia

Um médico de Barra do Garças/MT (509 km a leste de Cuiabá) se tornou alvo de denúncia e emissão de um desagravo público, por supostamente ter chamado enfermeiros de “carniças incompetentes” dentro do Hospital Municipal da cidade.

O desagravo público é uma iniciativa do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) e será lido em sessão solene nos próximos dias.

De acordo com a denúncia, as agressões verbais ocorreram em duas ocasiões. O médico R.B. foi denunciado duas vezes por desrespeito aos profissionais da enfermagem. A primeira, em dezembro de 2020, ocorreu quando o médico ainda trabalhava no Hospital Municipal de Barra do Garças/MT. Na ocasião, por uma divergência sobre leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ele chamou uma enfermeira de “poço de preguiça” e disse que os profissionais eram “um bando de incompetentes”.

A segunda denúncia ocorreu em julho de 2021, quando R.B. afirmou que os profissionais da enfermagem eram “carniças incompetentes”, após eles negarem medicação a uma paciente, com a justificativa de não garantir a segurança da mulher.

O médico iria receber a paciente e, segundo o Coren, teria chegado ao hospital “aos gritos”, alegando que os enfermeiros deveriam apenas “obedecer as ordens médicas”.

Segundo os profissionais da enfermagem que trabalhavam no plantão, a paciente já havia recebido sedação uma vez e uma nova medicação desse tipo poderia provocar rebaixamento do padrão neurológico e respiratório, por isso era necessária uma nova avaliação médica.

Durante a discussão, que foi presenciada pelos trabalhadores e pacientes, ele afirmou que os profissionais da enfermagem eram um “bando de carniças incompetentes” e que iria “rasgar” o registro profissional deles.

“Essa é a segunda vez na história do Coren-MT que é aprovado um desagravo público. Esse instrumento serve para resguardar a dignidade do profissional, protegendo não apenas o ofendido, mas toda a categoria”, comunicou o Conselho, por meio de nota.

Relatora do processo, a presidente do Coren-MT, Lígia Arfeli, reforçou que o Código de Ética Médica traz como dever do médico tratar todas as pessoas com civilidade e consideração, sejam elas profissionais da saúde ou pacientes.

“A ação deste médico não ofendeu apenas as enfermeiras e suas equipes, mas sim o próprio exercício da profissão. Ele ofendeu, denegriu e maculou a profissão da enfermagem e suas prerrogativas”, afirma Lígia.

 

 

Por; Repórter MT