Ministro do STF recua de soltar traficante paraguaio que foi preso em MT

O ministro do STF Kássio Nunes Marques revogou na última sexta-feira o pedido de extradição do traficante Jorge Teófilo Samúdio, um dos criminosos mais procurados do Paraguai.

 ATUALIZAÇÃO, 11H15 — O ministro Nunes Marques decidiu neste sábado revogar a própria decisão. O traficante vai continuar preso.

Samúdio foi preso em março em Sinop (MT) por policiais brasileiros. As autoridades do Paraguai pediram a extradição do criminoso, apontado como um dos principais líderes do Comando Vermelho, a maior facção de tráfico de drogas do Rio de Janeiro.

O suspeito já havia sido preso no país vizinho em 2018. Em setembro do ano seguinte ele foi resgatado de uma prisão paraguaia numa operação cinematográfica que terminou com um agente morto.

No fim de março, Samúdio foi encontrado pela polícia brasileira no norte do Mato Grosso e em seguida enviado a um presídio em Brasília, onde ele está preso preventivamente enquanto aguarda o cumprimento da ordem de extradição pedida pelo Paraguai.

No curso do processo surgiram questões quanto à nacionalidade do preso, se ele seria brasileiro ou paraguaio. Nesta sexta, Nunes Marques atendeu a um pedido da defesa de Samúdio que apresentou uma certidão de nascimento brasileira.

O magistrado entendeu que como o documento é autêntico, Samúdio é, portanto, cidadão brasileiro e não haveria a necessidade de extradição ao Paraguai. Ele decidiu revogar a prisão preventiva também em razão dos quase nove meses decorridos da captura.

“Diante disso e do tempo decorrido da prisão preventiva do extraditando, defiro o pedido de revogação da prisão preventiva para fins de extradição de Jorge Teófilo Gonçalves Samúdio e determino a imediata expedição do competente alvará de soltura, se por outro motivo não estiver preso”, disse Nunes Marques em decisão proferida na última sexta.

 

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