Novos supermosquitos podem levar malária para zonas urbanas

Erradicada em boa parte do mundo, a malária ainda está presente em países menos desenvolvidos na África e na América Latina, incluindo o Brasil, onde a doença predomina na região da Amazônia. No entanto, o aumento de casos de malária em locais populosos do continente africano pode estar causando o surgimento de supermosquitos, capazes de transmitir o vírus para zonas urbanas.

O nome científico do inseto é Anopheles stephensi e visualmente ele se assemelha muito ao Anopheles gambiae, o mosquito típico da malária africana. No entanto, há uma grande diferença entre os dois: apesar do stephensi não ser tão eficaz na transmissão da doença, ele prospera melhor em ambientes urbanos, o que pode causar um problema em grandes cidades.

O novo supermosquito transmite a Malária principalmente no Dijibuti, onde as infecções pela Malária aumentaram 2.800 vezes de 2012 a 2020. Cerca de 60.000 pessoas de uma população de 800.000 contraíram a doença em 2020. Em 2021 houve uma queda após uma forte campanha do governo para pulverizar áreas com o inseto. No entanto, com um curto espaço de tempo ainda não é possível saber se essa tendência vai ser mantida.

Supermosquito contra a Malária

 

“Anopheles stephensi é uma grande ameaça para a África porque tem a maior taxa de urbanização de qualquer continente. As vilas e cidades estão crescendo a um ritmo extraordinário, e agora quase não temos programas de controle para combater o mosquito em áreas urbanas”, disse a Dra. Anne Wilson, da Escola de Medicina Tropical de Liverpool, ao The Telegraph.

Um estudo realizado por pesquisadores  da Universidade de Oxford e da Escola de Medicina Tropical de Liverpool calculou que mais de 125 milhões de pessoas em cidades da África podem estar em risco.

“Normalmente, a malária na África subsaariana é uma doença rural e nós a controlamos principalmente usando mosquiteiros tratados com inseticida. Mas não sabemos se os mosquiteiros são eficazes contra essa espécie. Não podemos controlá-la da mesma maneira que sempre fizemos”, acrescenta a Dra. Wilson.

 

Por; Olhar Direto