Paulo Turra decreta Santos em estado de emergência e avisa: “Temos que nos preocupar”

O técnico Paulo Turra estreou com um empate sem gols diante do Blooming, da Bolívia. Eliminado da Copa Sul-Americana, o Santos entrou com um time reserva e deu oportunidade para os garotos da base. Embora tenha dominado a partida com mais posse de bola, maior número de finalizações e perdido um pênalti nos acréscimos, o Peixe correu vários riscos ao longo dos 90 minutos.

O novo comandante, que teve apenas quatro dias de treinamento antes da estreia, reconheceu que o desempenho ainda está longe de ser o ideal e foi sincero ao dizer que o momento é de preocupação. Mesmo assim, elogiou algumas pequenas mudanças e pediu tempo para implementar seu estilo de trabalho na equipe.

– Tivemos um volume de jogo bom, algumas oportunidades interessantes. Atacamos pelos lados, cruzamentos, tivemos 70/30 de posse. Tivemos muito o perde e pressiona. Um grupo jovem, que teve personalidade para jogar. Dentro das jogadas ensaiadas de bola parada o gol não aconteceu por detalhe. No segundo tempo caímos de produção. Conversamos em quatro treinos sobre comportamento, o fundo área, dar estabilidade ao time, atacar espaço. Eles conseguiram fazer. Uma estreia, a gente sempre tira momentos bons. É isso que a gente leva, efetivamente – iniciou.

– Temos que nos preocupar, sim. Conversei para aplicar comportamentos dentro da nossa ideia. Convicção que através do trabalho, com esses comportamentos, dentro da ideia de jogo, vamos recuperar a confiança. Não é em estalar de dedos, mas estamos em estado de emergência. Minha opção pelos jovens é justamente para observar eles e colocar nessa situação. Estamos no Santos. É o preço que paga por estar num grande clube. Tenho que ter equilíbrio, sensatez,. É esse processo que vamos fazer – acrescentou.

A partir de agora, Paulo Turra e o elenco do Santos focam apenas no Campeonato Brasileiro – o principal objetivo do clube na temporada. O Peixe está na 13ª colocação na Série A e tenta se afastar da zona de rebaixamento.

Em meio a isso, o clube passa por uma gigantesca crise, não vence há 11 jogos e jogará com portões fechados na Vila Belmiro. No domingo, com os titulares em campo, o Peixe visita o Cuiabá no Mato Grosso.

– Temos que encarar de frente. Não fugir da responsabilidade. Temos bastante campeonato pela frente, mas com emergência. Dentro da minha convicção, nesses quatro dias, tirando o resultado, estou contente com o aproveitamento. Lógico que não aconteceu a vitória. Mas tenho que ter equilíbrio de cobrar, apoiar e montar o processo do próximo jogo, que será uma decisão. Não estou aqui para falar loucuras. Pedi muita intensidade, competição, vibração, ebulição no vestiário. O nosso vestiário está muito forte, mas não é num estalar de dedos. O caminho está aí e vai acontecer – finalizou Turra, demonstrando confiança em uma virada de chave.

Por Bruno Gutierrez — Santos

Foto: Divulgação/Conmebol