Secretário teme lotação de hospitais com surto de Influenza

Com o aumento dos casos de gripe (Influenza) em várias regiões do país, o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, orienta para que a população não relaxe com as medidas de contenção de vírus, como o uso de máscaras de proteção. As declarações foram dadas na manhã de terça-feira (21), em entrevista à Rádio Capital.

Conforme a Vigilância de Doenças e Agravos Transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), até a última semana, Cuiabá que já conta com mais de 75% do público-alvo vacinado contra a Influenza A (H1N1 e H3N2) e Influenza B, notificou três casos de H3N2. Alguns fatores, como as condições climáticas, podem fazer com que haja aumento de casos de gripe nesta época do ano.

Figueiredo aproveitou para relembrar que o período pandêmico ainda não acabou e que apesar do foco ser a Covid-19, as mesmas medidas restritivas podem ser utilizadas para inibir a transmissão da gripe. “Esse é o motivo de preocupação redobrada de todos os municípios, especialmente, porque essa é uma atividade de responsabilidade municipal. Esse é o período sazonal onde a influenza ataca com mais velocidade, surge a dengue a zika, a chikungunya, esses episódios que ocorrem convergentemente num momento em que ainda não acabou a pandemia. São vírus respiratórios cuja característica de sintomas é muito parecida com a Covid, então se confunde. Muitas pessoas vão procurar uma unidade de saúde achando que está com Covid e está com influenza. Então, a necessidade de testagem é muito importante”, disse o secretário.

O secretário citou que os cuidados são importantes para evitar que unidades de saúde sejam ocupadas por pessoas infectadas com a Influenza. “E mais importante ainda nesse momento é não relaxar com as medidas não farmacológicas, que muitas pessoas fazem menção a máscara apenas pela Covid, mas como a influenza é através de um vírus respiratório, quem está gripado nesse momento também deveria utilizar a máscara, evitar ir aos shoppings, ou seja, estar transmitindo um vírus que pode gerar um desconforto e congestionar as unidades de saúde. Surgindo ainda a nova variante do coronavírus, isso pode comprometer toda a assistência hospitalar. Então, nesse momento temos que redobrar essa preocupação com a chegada da influenza”, acrescentou.

 

RÉVEILLON E CARNAVAL

 

Com relação à realização das festas de réveillon deste ano e do carnaval de 2022, o secretário pontuou que os gestores municipais têm autonomia para decidir, mas afirmou que teme as consequências de certas flexibilizações.

“Há uma preocupação não só com a Covid, mas também com a influenza. Infelizmente, a prudência em alguns locais ainda não está presente. Eu temo que essa flexibilização ao ponto como se a pandemia já tivesse terminado, ela pode vir agravar. Mas, tenho dito que os gestores municipais têm sua autonomia. A minha recomendação e do Governo do Estado é para a não realização de eventos com grandes aglomerações e até com pequenos participantes, que haja sim uma cobrança pela vacina, pelo teste para evitar a transmissão do vírus. Mas, gestores são eleitos, têm responsabilidades e respondem pelas consequências disso”, reforçou.

 

EXPECTATIVAS PARA 2022

 

Figueiredo se mostrou otimista com relação ao desenvolvimento de medicamentos específicos para o tratamento da Covid-19.  Recentemente, a farmacêutica norte-americana, Pfizer, disse que já realiza a análise final de sua pílula antiviral contra a Covid-19 que mostrou eficácia de quase 90% na prevenção de hospitalizações e mortes em pacientes de alto risco.

“Muito provavelmente teremos notícias promissoras no próximo ano com medicamentos específicos para o tratamento. Já existem laboratórios desenvolvendo, inclusive, em forma de comprimido medicamentos para combater a Covid e isso é muito importante. Até o prezado momento a Covid é combatida com os efeitos colaterais que causam, tratando os efeitos colaterais da infecção, mas não efetivamente um remédio para a Covid. Então, esse já vai ser um ganho substancial”, analisou.

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