‘Supermosca’: uma das maiores espécies de mosca do mundo é encontrada no litoral de SP

Com cerca de 6 cm de comprimento, uma “supermosca” foi encontrada por um morador de Peruíbe, cidade localizada no litoral de São Paulo. O inseto tem potencial para se tornar uma praga agrícola e florestal, e foi achado quase morto, no bairro do Guaraú.

Na última quarta-feira (16), o município convocou alguns pesquisadores da região para estudar a “supermosca”. Para o biólogo Edson Ventura, que trabalha no Instituto Ambiecco, o inseto encontrado é uma mosca-da-madeira e é uma das maiores espécies de mosca do mundo. “É uma mosca rara de se avistar. Coletamos o espécime e enviaremos amanhã para o Instituto Biológico, em São Paulo, para identificação e catalogação”, disse.

Ventura também explicou que a análise será feita pelo biólogo e pesquisador científico Francisco José Zorzenon, que é especialista em entomologia urbana, a qual estuda características físicas, comportamentais e reprodutivas dos insetos. Os pesquisadores explicam que a mosca-da-madeira se alimenta de tecidos moles e duros de árvores e sua vida em forma de larva chega a alcançar 4 cm de comprimento, sendo ainda mais longa do que a fase em forma de mosca.

Mas essa não foi a primeira vez em que se viu uma “supermosca”, O primeiro registro científico na cidade de Peruíbe ocorreu em 2018, comprovado por um estudo publicado por pesquisadores do Instituto de Biologia Marinha e Meio Ambiente no Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, que detalha que se trata de um exemplar da espécie Pantophthalmus tabaninus.

A “supermosca” é um inseto raro e há ocorrências de que pertence à família dos pantoftalmídeos, presente em vários estados do País. Enquanto as larvas são mais ativas no período noturno e se alimentam de matéria orgânica, na afase adulta, a mosca se limita apenas para a reprodução.

Portanto, o inseto pode se tornar uma praga ao atacar várias culturas (angico, bracatinga, canela-amarela, palmeira-imperial e pinheiro-do-paraná, por exemplo) e a preocupação com as áreas agrícolas fez com que a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) inclusive um capítulo específico no Novo Manual de Pragas Florestais Brasileiras, dedicado à mosca-da-madeira.

Por outro lado, por conta dos danos causados em espécies de árvores, as “supermoscas” também possuem importância econômica nas áreas de cultivo de essências florestais e de plantas frutíferas. “Sabemos que a mosca-da-madeira pode se tornar uma praga, dependendo da região e dos aspectos ambientais em que ela se desenvolve”, relatou Ventura, deixando claro que são inofensivas aos humanos e não portam doenças.

 

 

Por; UOL