TSE julga este mês recurso para suspender cassação de Geller

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou o julgamento do recurso do ex-deputado federal Neri Geller (PP) contra sua cassação do ano passado. O início da votação ocorrerá no próximo 8 de dezembro e será concluído no dia 15 de maneira virtual. A cassação e a sua inelegibilidade foi o principal fator que impediu que Geller assumisse um cargo no governo Lula (PT), já que o nome foi barrado pela Casa Civil.

 

Geller tem na sua banca de defesa nomes renomados como Rodrigo Mudrovitsch e Gustavo Teixeira Gonet Branco, filho do procurador da República, Paulo Gonet, indicado pelo presidente para assumir a Procuradoria Geral da República (PGR).

 

O julgamento é tratado como a possibilidade de redenção de Neri Geller, que, caso consiga reformar a decisão que o cassou, poderá assumir algum cargo estratégico no governo federal ou até no Ministério da Agricultura, comandado por Calos Fávaro (PSD).

Após ser cassado em agosto do ano passado, Geller não conseguiu alavancar sua candidatura ao Senado, já que perdeu apoio e ficou proibido de usar recursos do fundo eleitoral para a campanha. Sem segurança jurídica, a campanha de Geller naufragou. Após a derrota e a cassação, Geller ficou sem espaço dentro do PP, onde perdeu o comando da sigla no estado e sua influência nele.

 

A cassação ocorreu após o Ministério Público Eleitoral acusar o parlamentar de triangulação financeira durante a campanha de 2018 e abuso de poder econômico, culminado com a prática de arrecadação de gastos ilícitos por parte de Neri Geller.

 

Segundo o Ministério Público Federa (MPF), Geller realizou doações na campanha de 2018, que totalizaram R$ 1,327 milhão em favor de 11 candidatos que concorreram ao cargo de deputado estadual.

 

Tais doações, somadas aos próprios gastos de sua campanha, que foram declarados ao valor de R$ 2,4 milhões, ultrapassaram o limite dos gastos de campanha, estipulado em R$ 2,5 milhões. Geller nega as acusações e diz que o recurso recebido seria referente a transações comerciais, já que é produtor rural.

Pablo Rodrigo

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Chico Ferreira