Filho reencontra pai após 24 anos com ajuda de agente de saúde
O Jornal Hoje teve acesso a uma história emocionante: um filho que reencontrou o pai 24 anos depois da última vez que estiveram juntos, no Rio Grande do Norte. E tudo isso com a ajuda de uma agente de saúde em São Paulo.
Braz Neto Cavalcante deixou, em 1997, a cidade de Frutuoso Gomes (RN) para trabalhar em uma churrascaria em Ribeirão Pires, na região metropolitana de São Paulo. E desde então, o contato com a família diminuiu e a vida dele ganhou um rumo diferente – o restaurante fechou, e ele passou a trabalhar de caseiro em sítios.
“Me acomodei. Não consegui mais contato”, lembra Braz.
Braz atualmente vive sozinho e está desempregado. E com a ajuda de uma agente de saúde, a vida dele começou a mudar.
Marcela levou o Braz para tomar a vacina da Covid-19. E preocupada com essa situação de abandono, a agente de saúde tentou colocá-lo em algum programa social. Mas, para isso, precisava renovar a carteira de identidade dele. Foi aí que ela descobriu que a família do Braz procurava por ele há 24 anos.
Primeiro, a Marcela localizou o cartório da cidade de Frutuoso Gomes. “A gente precisa da segunda via da certidão de nascimento dele. Ele perdeu. Ele não consegue fazer nada devido a foto ser muito antiga, mais de 40 anos”, ressalta Marcela.
Uma funcionária do cartório achou a certidão do Braz e fez uma cópia do documento. E como ela não cobrou pela pela emissão, Marcela teve a ideia de gravar um vídeo.
A funcionária do cartório ficou comovida com a história do Braz, também resolveu ajudar e compartilhou o vídeo. E, rapidamente, encontrou os parentes dele.
“Todos achavam que ele havia até falecido, né? Quando eu recebi a mensagem do filho dele, eu chorei muito, mas eu falei pra ele: seu sonho é conhecer seu pai? Eu vou realizar esse sonho agora”, relembra Marcela.
A agente fez uma chamada de vídeo e colocou Braz em contato com os parentes. E agora, a reaproximação tem sido assim: por vídeo, e sempre cheia de emoção. O Lucas tinha três anos quando o pai saiu de casa.
“Eu já entrei em sites, procurei apoio judicial. Minha irmã morava em São Paulo, saia de São Paulo do trabalho e qualquer pessoa em situação de rua, ela achava que era ele, tinha esperança de encontrar. Eu sempre acreditei na versão da minha mãe, né, sempre acreditei que ele é uma boa pessoa, uma pessoa responsável, ele não maltratava a gente, nunca bateu na minha mãe, nunca maltratou a minha mãe. Eu acho que no fundo ele queria ter uma vida melhor”, conta o filho Lucas.
O reencontro “presencial” ainda não tem data, por questões financeiras. Mas a reconciliação já mudou e muito a vida de toda a família.
“Eu não consigo descrever. É um misto de muitas coisas. E sempre quando eu vejo, eu me emociono muito. Eu fico muito feliz, eu fico muito feliz de saber que ele é vivo. Espero que eu possa ajudá-lo da melhor forma possível”, finaliza Lucas.