Monitor é afastado após dar ‘gravata’ em aluno em colégio cívico-militar do Paraná

Um monitor da rede estadual de ensino foi afastado pela Secretaria de Educação do Paraná (SEED) após um vídeo mostrar o homem utilizando um movimento de imobilização conhecido como “gravata” em um aluno para retirá-lo do pátio de um colégio.

O caso aconteceu na última segunda-feira (4) em Rolândia, no norte do Paraná. A Secretaria de Educação disse que o afastamento do profissional é preventivo, formalizado depois de uma primeira fase de investigação. Leia mais abaixo.

Em um trecho do vídeo, é possível ouvir alguém contestando a ação.

“Gente, tudo isso por causa de uma blusa?”.

 

O vídeo não mostra como a confusão entre o monitor e o adolescente começou. As imagens param pouco antes dos dois entrarem no prédio do Colégio Professor Francisco Villanueva, que tem modelo cívico-militar.

Em instituições cívico-militares, a administração é compartilhada: um diretor indicado pela Secretaria de Educação cuida da parte pedagógica, e um diretor militar da disciplina.

RPC procurou o militar da reserva, mas ele preferiu não se manifestar. Como a investigação envolve um menor de idade, o nome do policial não pode ser divulgado. Um colega de trabalho do homem disse que o monitor nunca havia se envolvido em qualquer conflito com estudantes na escola.

Especialista

 

Segundo Fernanda Passarelli, psicopedagoga e especialista em educação escolar, o ato foi violento.

“Foi um ato de violência. E se a gente pensar um pouquinho no Estatuto da Criança e do Adolescente, já tá previsto ali, por lei, que tanto criança quanto jovens não pode ter nenhum tipo de ato violento, tanto agressão física como verbal”.

 

Ainda segundo a psicopedagoga, por mais difícil que seja o comportamento de um aluno, o ambiente escolar não pode reproduzir qualquer tipo de agressão.

“Não importa a metodologia, não importa a filosofia que a escola adote. A violência não cabe nesse espaço. Não deveria caber em nenhum espaço, mas principalmente na escola que é um espaço de formação de cidadãos”.

O que diz o estado

 

Em nota, a Secretaria de Educação disse que o monitor foi afastado preventivamente, depois de uma primeira fase de investigação.

Segundo a secretaria, nesta fase, o monitor e o aluno foram ouvidos pelo Núcleo Regional de Educação, pela direção da escola e pelo Conselho Tutelar.

A nota afirma, também, que na segunda fase, o objetivo é levantar mais evidências sobre o caso e chegar a uma decisão, ressaltando que essa etapa será conduzida pela assessoria técnico-jurídica da SEED e pela coordenação dos Colégios Cívico-Militares.

A secretaria disse, ainda, que independentemente do resultado das investigações, a violência, em suas diversas formas, não é tolerada nos colégios, não importa quem a pratique.

Por; G1