Personal faz vídeo com pistola após juiz suspender lei pró-categoria

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um personal trainer portando uma arma de fogo justamente um dia após a Justiça suspender uma lei que beneficiava a atuação da categoria nas academias da capital federal, como a suspensão da taxa para uso dos espaços de musculação.
O protagonista da gravação é Lázaro de Sousa Barrozo, presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação Física do Distrito Federal (Sinpef-DF). Nas imagens, ele empunha um modelo de pistola.
O material foi inicialmente compartilhado pelo próprio sindicalista em grupo de WhatsApp integrado pelos profissionais da área, mas logo viralizou.
“Pessoal, boa tarde. Eu estou indo ali pagar a anuidade. Alguém está precisando de alguma coisa?”, provoca.
Na sequência, outro participante do canal de mensagens responde: “Precisando que eles respeita [sic] a lei”, escreve.
A anuidade referida pelo sindicalista é a taxa cobrada pelos donos dos estabelecimentos para o uso dos espaços de musculação e demais atividades.
O Metrópoles tentou, durante a tarde desta quarta-feira (26/1), contato com Lázaro Barroso, mas não houve retorno. O espaço será atualizado se houver manifestação oficial do sindicalista.
Ocorrência
Após o compartilhamento em massa do vídeo, o caso será apurado pela 5ª Delegacia de Polícia (área central de Brasília) pelo fato de o sindicato presidido por Barrozo estar localizado na área de responsabilidade da unidade policial. A natureza da investigação, a princípio, será de ameaça.
Após tomar conhecimento da gravação, a presidente e fundadora do Sindicato das Academias do DF, Thais Yeleni Ferreira, classificou como “lamentável” o conteúdo. Ela é autora da ação que derrubou temporariamente os benefícios da lei para os personal trainers.
“É simplesmente lamentável e muito tenebroso ter o presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação Física com uma atitude como essa. É lamentável. Uma profissão que cuida da saúde, que cuida do bem-estar, que fala da vida e que fala do movimento, ter uma liderança com comportamento destes. Lamentável”, disse.
Suspensão da lei
Na última segunda-feira (24/1), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) suspendeu a lei distrital que, entre outros temas, dava liberdade ao consumidor de escolher um personal trainer para atuar nas academias da capital federal onde estivesse matriculado.
A decisão foi da 3ª Vara da Fazenda Pública de Brasília e atende um pedido feito pelo Sindicato das Academias do Distrito Federal (Sindac-DF). O texto também reacende a polêmica sobre a cobrança de taxas desses espaços para os profissionais de saúde.
Na ação, a entidade pediu que fosse concedida a liminar a fim de que as academias filiadas ficassem desobrigadas de cumprir os artigos da referida lei, de forma que os estabelecimentos tenham autonomia para contratar personais.
De acordo com a liminar concedida, a suspensão ocorre até que seja analisado o mérito da ação. O pedido será apreciado após manifestação do Distrito Federal no prazo de 72 horas.
A sanção foi assinada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) no início de janeiro e repercutiu entre os representantes do setor. A lei dispõe sobre a relação de consumo e a prestação dos serviços de prevenção de doenças, promoção do bem-estar e proteção e recuperação da saúde e da qualidade de vida no Distrito Federal.
Por; Metrópoles