Pitbull morre eletrocutada após tentar se esconder de fogos no Réveillon

Uma pitbull, chamada de Zoe, faleceu eletrocutada após morder um fio de alta tensão, na última sexta-feira (31), no município de Rondonópolis/MT (a 218 km de Cuiabá). Familiares afirmam que a cadela estaria tentando se esconder de fogos de artifício, quando cavou o buraco e mordeu acidentalmente o fio. Zoe deixou seis filhotes.

A médica-socorrista, Luciana Horta, explica em entrevista ao Olhar Direto que estava de plantão, assim como o marido, que é policial. Por este motivo, os dois sempre se revezavam para cuidar da Zoe, que ficava mais solta na casa por conta dos filhotes, enquanto outros dois pitbulls ficavam presos em um canil. Ao chegar por volta das 19h, o marido não encontrou Zoe.

O marido procurou pelo animal e em uma casinha de brinquedo viu que ela havia feito um buraco. Não demorou muito para que ele encontrasse Zoe com um fio de alta tensão enrolado em seu pescoço. O fio já estava descascado e o animal aparentemente morto.

Um eletricista foi acionado para remover os fios do animal e posteriormente foi constatada a morte. Tanto Luciana como o marido acreditam que o animal estava tentando se esconder de fogos que teriam sido soltos por volta das 17h no bairro onde moram, Jardim Belo Horizonte, segundo vizinhos.

“A gente não está preparado para isso. Muito choro. A gente fica desesperado porque é um animalzinho do nosso convívio. A Zoe já tinha quatro anos com a gente, fui buscá-la em Cuiabá. Tadinha, era uma princesa”, lamenta Luciana em entrevista ao Olhar Direto, neste domingo (2).

“Foi uma fatalidade. A gente deveria entender que esse tipo de coisa não deveria acontecer. Não é só o cachorro. É aquele senhor acamado ou criança autista que fica perturbada. Deveríamos pensar [em não soltar]. (…) Hoje foi a Zoe, mas amanhã pode ser um senhorzinho acamado que se apavora”, completa.

O município de Rondonópolis é um dos poucos que possui uma lei que proíbe a soltura de fogos de artifício com som em Mato Grosso. Inclusive, para a virada de 2021 para 2022 foi montada uma força-tarefa da qual participaram o Gabinete de Apoio à Segurança Pública (Gasp) e a Polícia Militar de Proteção Ambiental.

Visando preservar toda a população da poluição sonora causada por esse tipo de artefato tão utilizado nessa época, mas, com uma atenção especial àquele público mais vulnerável e sensível, que são idosos, recém-nascidos, crianças com autismo, pacientes de clínicas e hospitais, além de animais, a quem os estampidos dos fogos podem assustar, gerar stress, provocar crises de ansiedade, lesões na audição, enfim, prejudicar a integridade física e mental, a lei define que, nos casos de descumprimento da norma estipulada, o infrator será punido com multa de 550 Unidades Fiscais de Rondonópolis (UFRs) vigente no momento da transgressão.

“A gente tem que repensar até que ponto estamos fazendo o mal para outras pessoas ou animais. A gente tem que entender isto. Será que isso traz benefícios? O que causa no ego das pessoas que estão soltando? Será que é tão bom assim que deixa a gente feliz? Eu fico pensando isso”, finaliza.

 

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