“Os europeus esqueceram que não somos mais colônia”, diz Aprosoja

Presidente da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan quer soberania das leis brasileiras sobre acordos privados

Presidente da Aprosoja Brasil (Associação de Produtores de Soja), o produtor rural Antônio Galvan defendeu a “soberania” da legislação brasileira sobre acordos privados, como a moratória da soja e da carne.

A moratória é um compromisso de empresas privadas em não comprar soja e carne produzidas em áreas de desmatamento da Amazônia desde 2008, mesmo que feito de maneira legal.

O compromisso foi acordado e estendido após pressão de países da Europa em consumir produtos com sustentabilidade ambiental. Ocorre que, o Código Florestal Brasileira permite o desmatamento em 20% da propriedade.

Para Galvan, a moratória desrespeita a soberania nacional sobre a questão de produção e meio ambiente.

“O que estamos discutindo é a soberania. Os europeus esqueceram que não somos mais colônia deles. Nem de Portugal, nem de Inglaterra, nem de ninguém. […] Somos independentes e não podemos nos submeter a quem compra produto lá do outro lado dizer que existe um acordo para se firmar, para poder comercializar”, disse o produtor.

Galvan afirmou que o mercado europeu é importante para a exportação brasileira. No entanto, defende que a produção brasileira de soja e carne são substanciais para a economia europeia.

“A Europa é importe? Sim. Mas eu quero saber quem vai fornecer [alimento] para tratar dos animais deles. Sabemos que a Alemanha é um dos grandes países do Mundo. Um dos maiores na produção de suíno. […] Se eles não comprem soja do Brasil vão comprar de onde? Dos norte-americanos? Hoje não temos oferta no mundo de alimentos”, disse.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal (Abiove) e Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) fazem parte desse acordo comercial firmado com organizações não governamentais (ONGs) e governo federal.

Frigoríficos também assumiram o mesmo compromisso por meio de termo de ajuste de conduta.

MidiaNews

CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO